O pessoal do Franz Ferdinand vai morrer de raiva ao ouvir o terceiro e recém-lançado disco do Yeah Yeah Yeahs, It’s Blitz!. Afinal, o trio capitaneado por Karen O fez o que os escoceses tentaram em seu mais novo CD, o fraquinho Tonight (2009): colocar doses generosas de eletrônico em sua sonoridade, sem descaracterizá-la, mas sim como forma de buscar outros caminhos musicais. E, com isso, fazer um disco excelente.

De duração curta (quase 41 minutos), o disco surpreende logo nas duas primeiras faixas: o espetacular rock eletrônico Zero e Heads Will Roll. Nelas, o guitarrista Nick Zinner, cérebro por trás das composições do YYY, trocou as seis cordas por teclados e sintetizadores. E a tendência permanece ao longo de quase todo o álbum, mesmo em músicas mais climáticas, casos de Soft Shock, Skeletons e Hysteric, que chegam a lembrar os últimos trabalhos do grupo inglês Ladytron. Curiosamente, em Dragon Queen, eles tiram um som bem parecido com o do brasileiro CSS.

O Yeah Yeah Yeahs garageiro do primeiro disco aparece apenas em Dull Life e Shame and Fortune. E, ainda que seja muito bom, não faz falta em It’s Blitz, de tão bem-sucedido que é o namoro da banda com a música eletrônica. Apesar de estarmos em março, já dá pra dizer que esse é um dos discos do ano (se bem que, em 2009, ainda vamos ouvir discos novos de Bob Dylan, Muse, Pearl Jam, Anthrax, Green Day, Amy Winehouse…).


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Yeah Yeah Yeahs bota eletrônica no rock e surpreende em ótimo It's Blitz

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