Depois de 14 dias intensos com filmes de diversos países, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo escolheu os melhores da sua 33ª edição. Contrariando a preferência de muitos cinéfilos que frequentaram a maratona, o sul-coreano Voluntária Sexual, Kyeong-duk Cho, levou o troféu Bandeira Paulista, principal prêmio da noite, dado pelo júri. Prova de que realmente o cinema mais criativo dos últimos anos está no Oriente. A entrega aconteceu na noite desta quinta-feira, dia 05, na Cinemateca Brasileira, sob a tradicional garoa de São Paulo.
No filme, jovem estudante, deficiente físico e um padre são presos sob suspeita de prostituição. O grupo afirma que a moça era uma “voluntária do sexo”. Apesar do tema forte, a prática desse “voluntariado” com os deficientes é mostrado de uma maneira humana, sem apelo para o sensacionalista.
Outro destaque foi o ótimo filme alemão Os Dispensáveis. Ele foi consagrado com os prêmios de Melhor Direção, para Andreas Arnstedt, que foi às lágrimas ao receber o troféu (“é o meu primeiro filme, estou muito emocionado”, comentou), e Melhor Ator, para Andrè Hennicke. Ambos excelentes em suas funções.
Já na categoria Melhor Documentário, o prêmio foi para o comentado – e elogiado por crítica e público – O Inferno de Clouzot (França), de Serge Bromberg e Ruxandra Medrea. Nele, os diretores recuperam imagens inéditas por 40 anos de “Inferno”, de Henri-Georges Clouzot, um filme inacabado. Uma tragédia na ficção e na realidade.
Entre a crítica, os prêmios foram para o iraniano Ninguém sabe dos Gatos Persas, de Bahman Ghobadi, na categoria Melhor Filme Estrangeiro, e O Sol do Meio-dia, de Eliane Caffé, escolhida a melhor produção nacional.
Na contramão, veio o público se dividir na categoria Melhor Filme Estrangeiro entre o ótimo Abraços Partidos, de Pedro Almodóvar, e O Último Dançarino de Mao, de Bruce Beresford e para Melhor Documentário internacional premiou Tom Zé – astronauta libertado (Espanha), de Ígor Iglesias Gonzáles, aplaudido ao final de todas as sessões. Do Brasil, a ficção mais votada foi Carmo, de Murilo Pasta, e o Melhor Documentário nacional foi Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez. Saída à nado (Suécia), de Mans Herngren, levou o Prêmio da Juventude.
O júri oficial foi composto pelo crítico francês Jean-Michel Frodon, ex-diretor da revista Cahiers du Cinema, o cineasta turco Ali Özgentürk, o sérvio Goran Paskaljevic, o diretor ítalo-chileno Marco Bechis e a brasileira Suzana Amaral.
Confira a lista completa dos premiados:
PRÊMIO FICÇÃO – COMPETIÇÃO NOVOS DIRETORES – DO JÚRI
Melhor filme
Voluntária Sexual, de Kyeong-duk Cho (Coréia do Sul)
Melhor Ator
Andrè Hennicke, por Os Dispensáveis (Alemanha)
Melhor diretor
Andreas Arnstedt, por Os Dispensáveis (Alemanha)
PRÊMIO DOCUMENTÁRIO – COMPETIÇÃO NOVOS DIRETORES – DO JÚRI
Melhor filme
O Inferno de Clouzot, de Serge Bromberg e Ruxandra Medrea
Menção honrosa
O Abraço Corporativo, de Ricardo Kauffman
PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor longa internacional
Ninguém Sabe dos Gatos Persas, de Bahman Ghobadi
Melhor longa brasileiro
O Sol do Meio-Dia, Eliane Caffé
PRÊMIO AQUISIÇÃO CANAL BRASIL
O Príncipe Encantado, de Sérgio Machado e Fátima Toledo
PRÊMIO QUANTA (em serviços de iluminação)
Melhor longa-metragem de documentário
Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Melhor longa de ficção
Antes Que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo
PRÊMIO TELEIMAGE (em serviços de iluminação)
Melhor curta brasileiro
Insone, de Marília Scharlach e Marina Magalhães
Melhor longa-metragem de documentário
Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Melhor longa de ficção
Antes Que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo
PRÊMIO ITAMARATY
Prêmio Especial – Homenagem pelo Conjunto da Obra
Paulo César Saraceni
Melhor curta-metragem
Insone, de Marília Scharlach e Marina Magalhães
Melhor longa-metragem documentário
Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Menção honrosa – documentário
Pixo, de João Wainer e Roberto T. Oliveira
Melhor longa-metragem de ficção
Antes Que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo