As férias, o período do inverno e o Dia dos Namorados fizeram com que o número de cheques sem fundos subisse em julho, segundo a Serasa Experian. De acordo com o levantamento, o volume de cheques devolvidos a cada mil compensados cresceu 9,4%, na comparação com o de junho.

Em julho, foram devolvidos 22,1 cheques a cada mil compensados, e em junho, 20,2. Ao todo, houve 2,31 milhões de devoluções de cheques em julho e 104,52 milhões de compensações. No mês anterior, o número de cheques devolvidos chegou a 2,14 milhões e o de compensados, a 105,96 milhões.

A Serasa Experian lembra que o cheque é considerado desprovido de fundos a partir de sua segunda devolução. Em junho, o número de cheques devolvidos havia caído 9,8%, na comparação com o volume de maio.

O aumento da inadimplência com cheques em julho, para os técnicos da Serasa Experian, deve-se aos presentes para o Dia dos Namorados, financiados com cheque pré-datado, que tiveram o vencimento da segunda parcela; às compras por causa do inverno mais rigoroso; aos gastos mais elevados nas férias em viagens domésticas, em detrimento aos destinos para o exterior por causa da incidência de influenza A (H1N1) – gripe suína –; e ao maior número de dias úteis em julho (23), em relação a junho (21).

Segundo a instituição, o crescimento da inadimplência com cheques também é verificado na variação acumulada. De janeiro a julho de 2009, houve uma elevação de 14,5% no volume de cheques devolvidos a cada mil compensados, na comparação com os dados do mesmo período do ano anterior.

Foram devolvidos 22,9 cheques a cada mil compensados nos sete primeiros meses de 2009, e 20 a cada mil no mesmo período de 2008. Ao todo, foram devolvidos 16,57 milhões de cheques e compensados 723,21 milhões de janeiro a julho deste ano. Em 2008, no mesmo período, foram registrados 16,38 milhões de cheques devolvidos e 820,20 milhões de compensados.

De acordo com os especialistas da Serasa Experian, o crescimento verificado no acumulado do ano se deve à conjuntura econômica e à condição financeira do consumidor, que tiveram alterações entre os períodos. Ou seja, segundo a instituição, em 2008 o país crescia, assim como o emprego e a renda, e havia crédito farto, enquanto em 2009 o cenário é de crise, com a economia fortemente impactada no primeiro trimestre, crédito escasso e freada brusca na atividade econômica.

Os analistas também destacam que o uso não criterioso do cheque pré-datado, para financiar o consumo, foi verificada em vários estabelecimentos, para driblar o crédito menor.

Para os meses de agosto e setembro, a expectativa da Serasa Experian é de que a inadimplência com cheques se mantenha em patamar elevado, perdendo força no último trimestre deste ano.


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Volume de cheques sem fundos volta a subir em julho

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