Os problemas de racismo no esporte, especialmente no futebol, não são novidade. Infelizmente. Na última quarta-feira (24), o argentino Maxi López, do Grêmio, foi acusado por Elicarlos, do Cruzeiro, de racismo durante a semifinal da Copa Libertadores de 2009. Segundo Elicarlos, López o chamou de ‘macaco’.

Após a acusação, Maxi López foi retirado do ônibus do Grêmio e levado para a delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso. Minutos depois, o argentino foi liberado. Alegou não falar bem o português e que a discussão foi coisa de jogo, não racismo. O VirgulaEsporte relembra aqui casos semelhantes no esporte.

Também envolvendo um argentino e brasileiro, na Libertadores de 2005, o zagueiro Desabato foi preso ainda no estádio do Morumbi por ter chamado Grafite de “negrinho” na derrota do Estudiantes para o São Paulo. O caso foi parar na delegacia. O atleta hermano também foi liberado. Após ausência de provas conclusivas, a ação foi retirada pelo atacante são-paulino.

Os brasileiros também foram vítimas na Espanha. Juan e Roque Júnior, quando defendiam o Bayer Leverkusen, se tornaram alvo da torcida do Real Madrid quando enfrentavam o time Merengue, também em 2005.

Aliás, a Espanha é um dos países com maiores problemas de racismo no futebol. Em 2006, o camaronês Samuel Eto’o ameaçou deixar o gramado na partida entre Barcelona e Zaragoza após a torcida local começar a imitar macaco. Quando era técnico da seleção do país, Luís Aragonés teve de prestar esclarecimentos após chamar Thierry Henry, atacante da França, de negro de merda.

Ainda em uma das principais ligas do futebol mundial, o lateral esquerdo brasileiro Roberto Carlos foi alvo de manifestações da torcida rival Atlético de Madri. Como virou tradição, o público imitou macaco nas arquibancadas.

Voltando ao Brasil, em 2006 no Campeonato Gaúcho, o zagueiro Antônio Carlos, na época do Juventude e atualmente técnico do São Caetano, foi acusado de ofender o volante Jeovânio, do Grêmio, com palavras racistas. Como punição, o ex-atleta ficou 60 dias longe dos gramados.

No ano passado, o atacante Mario Balotelli foi alvo de manifestações da torcida da Juventus no clássico ante a Inter de Milão. Assim como na Espanha, o atleta teve de aguentar coros com sons de macaco.

Já na Rússia, o Zenit teve de conviver com cenas lamentáveis em sua torcida. Em uma ocasião, o time viu um torcedor com capuz fazendo referência a Ku Klux Klan nas arquibancadas. Além disso, os fãs da equipe não aceitam jogadores negros na agremiação.

Em contrapartida, o esporte serve para manifestações de atletas e esportistas também. Nas Olimpíadas do México em 1968, os norte-americanos Tommie Smith e John Carlos utilizaram luvas pretas no pódio de atletismo simbolizando o movimento dos Panteras Negras. Ambos foram punidos pelo ato contra a desigualdade racial.

Para combater todos esses atos, a Fifa promoveu manifestações contra o racismo na Copa das Confederações. Antes das duas partidas semifinais, os capitães das quatro equipes fizeram declarações contra atos racistas no esporte e fora dele.


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VirgulaEsporte lembra casos de racismo que abalaram o futebol

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