Chega outubro os fãs de cinema de São Paulo começam a ter ataques de ansiedade. É porque é mês da Mostra Internacional de Cinema da cidade, que em 2009 chega à sua 33ª edição. Com mais de 400 filmes na programação (selecionados a partir de 700 inscritos), de todos os estilos e de todas as partes do mundo, é impossível não achar algo do seu agrado nesse festival de imagens.
Conforme disse Leon Cakoff, organizador do evento junto com sua mulher Renata de Almeida, na coletiva de imprensa do evento nesta sexta (9): “Acreditamos em todos os filmes que estão aqui, cada um tem um motivo para ter sido escolhido.”
O Virgula separou alguns destaques do evento, que vai do dia 23 de outubro a 5 de novembro. Os filmes estarão espalhados por diversos cinemas da capital. A programação completa, mais endereços de salas, preços e pacotes, está no site da mostra.
Nomes consagrados
Entre os filmes que vão dar o que falar têm obviamente produções assinados por nomes consagrados: Abraços Partidos, de Pedro Almodovar; Aconteceu em Woodstock, de Ang Lee; Batalha dos Três Reinos, de John Woo; O Imaginário do Dr. Parnassus, de Terry Gilliam (também conhecido como a última película de Heath Ledger); e A Fita Branca, de Michael Haneke.
Outros títulos que devem provocar fila na sessões e que tem frequentado as listas de recomendados dos críticos são Nova York, Eu Te Amo, de vários diretores (incluindo Natalie Portman e Brett Ratner, de X-Men 3); Humpday, de Lynn Shelton; Lost Persons Area, de Caroline Strubbe; Lebanon, de Samuel Maoz; e London River, de Sotigui Kowjaté (estes dois últimos, respectivamente, Leão de Ouro no Festival de Veneza e Urso de Prata, em Berlim).
Angústias teen
Um filme quase premiado com a Palma de Ouro em Cannes é outro destaque: o inglês Fish Tank, de Andrea Arnold, que faz parte de categoria de dramas adolescentes, com uma menina de 15 anos que é chavecada pelo namorado da mãe. Ainda na praia teen, tem o sueco O Rei do Ping Pong, de Jens Jonsson, história de dois irmãos, um loser e outro o mais popular da escola; Eu Matei a Minha Mãe, jovem até no diretor, a revelação de 20 anos Xavier Dolan; e Dorfpunks, de Lars Jessen, com um punk de 17 anos crescendo na zona rural.
Música pra todo mundo
Fãs de música vão ter muitas opções, como sempre. Entre os documentários tem o brasileiro Beyond Ipanema, de Guto Barra, sobre o impacto da música do Brasil no exterior; o elogiado It Might Get Loud, que acompanha Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (White Stripes); All Tomorrow’s Parties, sobre o famoso festival inglês de mesmo nome; Havanyork, sobre a conexão hip hop entre Cuba e Nova York. Voltando aos brasileiros, têm também os docs Mamonas Para Sempre, Tom Zé Astronauta Libertado e Rock Brasileiro – História em Imagens.
Pra frente, Brasil
O Brasil é representado por filmes de todo tipo, totalizando 92 longas, 49 curtas e dois média-metragens. Entre os documentários, tem produções sobre o lendário apresentador de TV Chacrinha (Alô Alô Terezinha); o jornalista Paulo Francis (Caro Francis); as drag queens pioneiras Dzi Croquetes (Dzi Croquetes); e a arte de rua (Pixo).
Entre as ficções nacionais, vale destacar Hotel Atlântico, de Suzana Amaral; Natimorto, de Paulo Machline; Famosos e os Duendes da Morte, de Esmir Filho; e Antes Que o Mundo Acabe, de Ana Luisa Azevedo. Além de uma co-produção Brasil-Índia-EUA sobre três atrizes brasileiras que vão tentar a sorte em Bollywood chamada O Sonho Bollywoodiano.
Animados
Para quem gosta de animação, é bom ficar de olho no cult Metropia, de Tarik Saleh, My Dog Tulip, de Paul e Sandra Fierlinger, e o esperadíssimo O Fantástico Sr. Raposo, de Wes Anderson. A Mostra também tem terror como o filme de zumbi Colin, de Marc Price; Macabre, produção indonésia dos Mo Brothers; o australiano Coffin Rock,de Rupert Glasson; e o inglês Selvagens, de Lawrence Gough.
Esportivos
O futebol é tema de uma boa seleção de produções. Entre as atrações, Maradona, do sérvio Emir Kusturica; Procurando Eric, com o inglês Ken Loach focando no jogador Eric Cantona (escolhido como filme de abertura da Mostra); um documentário nipo-brasileiro sobre a grande paixão verde-amarela chamado Futebol Brasileiro; e Kicks, ficção inglesa sobre duas marias-chuteiras que tentam conhecer seu ídolo Lee Cassidy.
Indo para o boxe tem Tyson, documentário de James Toback sobre o mito dos ringues. Agora se você quiser um tipo de luta mais “alternativa” tem Mamachas del Ring, sobre mulheres bolivianas que praticam luta livre, com aquelas saionas vermelhas e tudo.
