O vice-presidente sunita iraquiano, Tareq al-Hashemi, voltou a ameaçar vetar a lei eleitoral que regulará o pleito geral de 2010, caso não sejam aplicadas suas propostas para reformá-la, informou o canal de televisão iraquiano <i>Al Iraqiya</i>.
Segundo a rede de TV, Hashemi insistiu na necessidade de fazer emendas a dois artigos, relacionados com a representação das minorias nas províncias e dos iraquianos fora do país no Parlamento.
Caso Hashemi, que ameaçou o veto anteriormente, tome esta decisão, a lei voltará ao Parlamento, que vai precisar do apoio de três quintos dos votos para que a norma siga seu curso sem alteração, sem necessidade de aprovação do Conselho Presidencial.
A lei foi modificada pela primeira vez pelos legisladores no dia 8 de novembro, mas foi vetada pelo vice-presidente sunita, que considerava que o texto não concedia uma representação “justa” aos expatriados e às minorias étnicas e religiosas.
Uma segunda reforma, que não atendia as propostas de Hashemi, foi aprovada pelo Parlamento no último dia 23 de novembro. Dois dias depois, foi remetida ao Conselho Presidencial, onde só foi assinada pelo presidente Jalal Talabani e pelo vice-presidente xiita Adel Abdel Mahdi.
Hashemi explicou, em comunicado divulgado hoje, que vai tratar “de maneira positiva” qualquer solução que “seja justa com os iraquianos no exterior”.
O porta-voz de Hashemi, Abdel Ela al-Kazem, disse que o vice-presidente sunita espera resposta do Tribunal Federal, que vai definir se o período das festas muçulmanas do Eid al-Adha é contado ou não no tempo constitucional necessário para vetar a lei.
De acordo com a resposta do tribunal, Hashemi vai decidir se anuncia sua postura perante a lei hoje ou nos próximos dias.
Ontem à noite, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, assegurou que as eleições, previstas para janeiro, não serão adiadas, já que “o atraso significaria destruir tudo o que conseguimos no processo político”, segundo um comunicado oficial.
A última data fixada para o pleito é 21 de janeiro, mas a Comissão eleitoral anunciou no último dia 18 que os preparativos seriam suspensos pela rejeição de Hashemi à lei.