O ministro da Educação, Fernando Haddad, criticou o modelo do vestibular tradicional que, na avaliação dele, exclui os jovens pobres da universidade pública. “O vestibular é uma cláusula de barreira impeditiva ao desenvolvimento profissional dos nossos jovens, [o vestibular] criou cotas para populações mais abastadas que são capazes de pagar cursinhos e taxas elevadas de inscrição”, afirmou.
Ele esteve na última sexta-feira, dia 30, em um evento em Foz do Iguaçu, no Paraná, para discutir a educação na América Latina e apresentou aos participantes de 12 países da região a proposta do Ministério da Educação do Brasil para substituir o vestibular por uma avaliação unificada, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os países latino-americanos possuem diferentes sistemas de acesso dos jovens ao ensino superior.
Haddad defendeu que, além de excluir os estudantes mais pobres, o vestibular “massacra o ensino médio do ponto de vista pedagógico” o que causa o desinteresse dos jovens. “Os programas de vestibular se amontoam e criam uma matriz enorme para o ensino médio. Nem os enciclopedistas franceses passariam no vestibular do Brasil com facilidade com essa quantidade de conteúdos para aprender”, comparou.