A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a gripe suína atingiu nível de pandemia, que se soma a outros surtos deste tipo que afetaram a humanidade ao longo da história.

Nos últimos 200 anos várias epidemias causaram milhões de mortes no mundo, mas, apesar dos danos provocados e o alarme gerado, nem todas as epidemias podem ser classificadas como pandemias. A OMS denomina como pandemia somente as situações em que “há transmissões de humano a humano em múltiplos países de múltiplas regiões”.

As pandemias no mundo, desde o século XIX, segundo dados da OMS, são as seguintes:

1817 – Cólera – A primeira “epidemia global” documentada de cólera se estendeu do sudeste asiático para o resto do mundo e, desde então, a OMS contabilizou sete pandemias.

Até 1860, houve 15 milhões de mortos na Índia e dois milhões na Rússia. A quinta pandemia causou 120 mil mortes na Espanha, em 1885 e, na sexta pandemia (1899-1923), 500 mil russos, 800 mil indianos e 200 mil filipinos contaminados morreram. A última começou na Indonésia, em 1961, e se estendeu pela Ásia, Europa e África. Ressurgiu na América Latina em 1991, matando quatro mil pessoas.

1824-1840 – Varíola – A doença causada pelo vírus “orthopoxvirus” ressurgiu em 1824 e se estendeu por quase toda Europa, depois de causar 827 mil mortes na Rússia, entre 1804 e 1810. Um novo aumento do número de casos foi registrado durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), provocando mais de meio milhão de mortes. Sucessivas campanhas de vacinação permitiram sua erradicação total em 1979.

1855 – Peste Negra – A terceira pandemia da peste surgiu na China, causada pela bactéria “Yersinia pestis” e transmitida por roedores. Estendeu-se pelo mundo e, só na Índia, matou dez milhões de pessoas até o fim do século. Em 1900, ressurgiu em São Francisco e causou 113 mortos.

Entre os séculos XIV e XVII, a segunda pandemia da peste tinha dizimado mais de 30% da população europeia (25 milhões de mortos). A primeira pandemia conhecida da doença foi a da “peste Justiniana”, que matou milhões de pessoas no Império bizantino, entre os séculos VI e VIII.

1918-1919 – Gripe Espanhola – É causada por uma cepa denominada H1N1, subtipo do vírus da gripe suína. A aglomeração de tropas na Primeira Guerra Mundial facilitou sua proliferação. Alguns países, como o Reino Unido, sofreram novas ondas infecciosas até 1920. O total de mortos é estimado entre 40 e 50 milhões, deles 17 milhões na Índia, 600 mil nos EUA e 200 mil no Reino Unido.

A doença é conhecida como “gripe espanhola” porque somente a imprensa da Espanha publicava notícias sobre o assunto.

1957-1958 – Gripe Asiática – Essa cepa de gripe aviária, denominada H2N2, apareceu na China em fevereiro de 1957. Seis meses depois, tinha se estendido para todos os continentes. Uma segunda onda da infecção surgiu em 1958. Mais de um milhão de pessoas morreram.

1968-1969 – Gripe de Hong Kong – A cepa do subtipo H3N2 surgiu na China, em julho de 1968 e passou para Hong Kong, para depois chegar aos EUA, Europa, Sudeste Asiático, Japão, América do Sul e África. Entre um e três milhões de pessoas morreram, delas 30 mil no Reino Unido.

1982- Aids – O primeiro caso foi detectado em São Francisco. O vírus HIV causou desde então 32 milhões de mortes e a estimativa é de que mais de 33 milhões de pessoas estejam infectadas no mundo todo, principalmente na África Subsaariana.

Estão fora da classificação de pandemia a doença de Creutzfeldt-Jakob ou “mal da vaca louca” – diagnosticada pela primeira vez no Reino Unido, em 1985, e que foi originada a partir de ração de gado contaminada – e a gripe aviária, doença infecciosa entre aves, cujos primeiros casos em humanos foram detectados em 1997.

A Síndrome Aguda Respiratória Severa (Sars, pneumonia asiática) também não foi classificada como pandemia. A OMS declarou alerta mundial em 2003, depois que a doença foi detectada em Hong Kong.


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Veja as pandemias no mundo nos últimos 200 anos