A União Europeia (UE) estuda reduzir a uma só injeção a dose necessária da vacina contra a gripe A, fazendo com que os países comunitários com enormes provisões do medicamento possam ceder parte às nações ainda sem reservas.
Nesta segunda-feira (12), a comissária europeia de Saúde, Androulla Vassiliou, recebeu a proposta de duas das três companhias farmacêuticas produtoras da vacina para reduzir a recomendação a uma só dose, após levar em conta os resultados científicos que demonstram a eficácia.
A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) vai avaliar a proposta e deverá se pronunciar na próxima semana, disse Vassiliou em entrevista coletiva, ao final do Conselho extraordinário de ministros da Saúde sobre a gripe A, realizado hoje em Luxemburgo.
“Se a opinião da EMEA for favorável, a Comissão Europeia (CE) fará uma emenda à recomendação atual que considera duas doses o ideal”, disse Vassiliou.
Deste modo, os Estados-membros que reservaram vacinas para toda a população partindo da necessidade de duas doses por pessoa poderão liberar uma parte do estoque em benefício de outros países, detalhou a comissária.
“É preciso uma postura de solidariedade global por parte dos Estados que têm muitas doses”, detalhou a ministra sueca da Saúde, Maria Larrson, cujo país ocupa a Presidência rotativa da UE.
Grande parte das nações comunitárias tem acordos de compra com as farmacêuticas que desenvolvem a vacina, mas ainda existem cinco Estados-membros – entre estes os países bálticos Estônia, Letônia e Lituânia – que não garantiram seus estoques. “Estes cinco países não têm capacidade de negociar sozinhos, por isso que vão realizar uma compra conjunta”.
Os 27 países membros da UE pediram à Comissão que proponha instrumentos transparentes para que os países possam abrir mão do medicamento em prol de outras nações.
“Um conjunto de anúncios devem ser considerados como a maneira mais eficaz de atuar por aqueles Estados-membros que não tenham acordos ou tenham acordos parciais com fabricantes”, reza o texto de conclusões aprovado hoje pelos 27 membros.
A ajuda para a aquisição de vacinas também poderia ser estendida aos países em processo de adesão, candidatos potenciais e nações vizinhas.