A União Europeia (UE) apoiará os países do Mercosul na promoção da sociedade da informação e na redução da exclusão digital na região, anunciaram hoje autoridades do bloco regional sul-americano e da Comissão Europeia (órgão executivo do bloco).
O Projeto Mercosul Digital foi lançado hoje (8) com a participação do ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Pedro Vaz; do chefe da delegação da Comissão Europeia no Uruguai, Geoffrey Barrett; e do diretor-geral de Sociedade da Informação da Comissão Europeia, Fabio Colasanti.
Discursaram ainda o secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia brasileiro, Luiz Antonio Rodrigues, e a diretora do Projeto Mercosul Digital, a brasileira Marta Pessoa.
A iniciativa, inserida na estratégia regional 2004-2006 da Comissão Europeia e do Mercosul, quer que os países do bloco coloquem em prática políticas comuns no que diz respeito a tecnologias da informação e comunicação (TIC), e favoreçam seu uso competitivo nos setores público e privado, assim como na sociedade civil.
O projeto inclui a formação e capacitação de recursos humanos por meio de uma escola virtual.
Além disso, coloca a promoção do comércio eletrônico diante da criação de um marco normativo comum, por meio de uma plataforma de comércio virtual para as pequenas e médias empresas do Mercosul.
O chanceler uruguaio considerou o projeto “relevante”, pois “resulta em uma ação de cooperação com a União Europeia, uma parceira tradicional, estruturada sobre bases diferentes”.
“Apostamos em uma associação que possa trazer atividades vinculadas à sociedade da informação”, afirmou o ministro de Exteriores do Uruguai, país que exerce a Presidência do Mercosul neste semestre.
Vaz elogiou a iniciativa que reúne “educação” e o “desenvolvimento econômico” por meio do comércio eletrônico, “com um destaque às pequenas e médias empresas, que são a base” da estrutura produtiva da região.
Além disso, o diretor-geral de Sociedade da Informação da Comissão reconheceu que “tirar todas as vantagens que as TICs podem proporcionar não é fácil”.
“Colocar computadores ajuda, mas esta é uma vantagem pequena frente às que podem ser conquistadas quando os processos estiverem organizados para utilizar essas tecnologias e todas as suas possibilidades”, afirmou Colasanti.
Como exemplo, citou a “telemedicina”, que considerou uma das aplicações “mais importantes”, embora não seja aceita pela “maior parte dos serviços públicos”, disse.
Colasanti chama os países a “discutir quais são os desafios e as maneiras mais eficazes de vencer essas dificuldades”.