Jayme Netto, treinador dos atletas da equipe Rede Atletismo, flagrados no antidoping, admitiu nesta quarta-feira ser o culpado. Mas afirmou não saber que a substância era dopante. Este foi o maior caso de doping da história do atletismo nacional. Os cinco atletas envolvidos estavam na Alemanha, onde participariam do Mundial da modalidade a partir do dia 15, em Berlim. E tiveram de retornar ao Brasil.
Apoiado pelo presidente da Rede Atletismo, Jorge Queiroz de Moraes Junior, Netto explicou em entrevista à imprensa que a injeção de EPO nos cinco atletas foi sugerida por um colega, Pedro Balikian Jr, professor e coordenador do laboratório de fisiologia do exercício da Unesp, segundo o qual a substância serviria para acelerar a recuperação física dos atletas. “Tive culpa mesmo em acreditar na palavra dele”, afirmou o treinador.
Netto disse ainda que espera que o professor acreditava no que estava fazendo. “Ainda não conversei com ele e não o estou condenando, só ficaria feliz se ele falasse que também se enganou.” Netto admitiu que o treinamento é importante e têm substâncias que podem favorecer e outras que servem para dar um upgrade. “Pedro me falou que essa ajudaria na recuperação, e eu acreditei.”
Reconhecido pelo bom trabalho realizado nas equipes brasileiras de revezamento, Netto afirmou que o caso o leva a encerrar a carreira. “Fui a dez Mundiais e cinco Olimpíadas. Estou muito decepcionado comigo mesmo”, admitiu. “Estou muito preocupado com os atletas, mas não vou abandoná-los em hipótese alguma.”
Os atletas da equipe Rede flagrados no teste fora de competição são: Bruno Lins Tenório de Barros (200m e 4x100m), Jorge Célio da Rocha Sena (200m e 4x100m), Josiane da Silva Tito (4x400m), Luciana França (400m com barreiras) e Lucimara Silvestre (Heptatlo). Integrante da mesma equipe, Lucimar Teodoro (400m com barreira) já havia sido flagrada em exame realizado durante o Troféu Brasil. A substância dopante do caso dela não foi divulgada.
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