Há cinco anos na Record, completados em setembro, Tom Cavalcante é querido pela casa e pelo público. Seu programa, Show do Tom, é vice-líder absoluto no horário, sábados à noite, batendo uma média de 9 a 13 pontos. O Virgula falou com Tom sobre o humor brasileiro, censura, inspirações e processos. Confira!

Virgula: Você virou uma celebridade, tem um círculo grande de amizares. Isso interfere na hora de fazer humor, tem que poupar certas pessoas?
Tom Cavalcante: Só imito quem eu gosto. Aliás não imito, homenageio. Daí serem imitações carregadas de graça e muito bom humor. Uma homenagem a essas feras da mídia.

Virgula: Há vários humoristas nordestinos na TV agora. Como explicar essa veia humorística?
Tom Cavalcante: O Nordeste é um celeiro de grandes anarquistas e alguns se profissionalizam na arte de fazer humor. O Ceará teve a sorte de ser berço de Chico Anysio, Renato Aragão, Falcão, Tiririca e uma centena de outros talentos.

Virgula: A Record pede pra ler os roteiros e piadas antes de vc gravar o programa ou há liberdade total?
Tom Cavalcante: Desde que lá entrei, nunca tive esse tipo de cerceamento, assim como na Globo. O que professo é fazer humor com qualidade. Nunca gratuito.

Virgula: Você acha que o humor apresentado na TV brasileira está num bom momento? Como você compararia com o que é feito em outros países, especialmente na Inglaterra e nos EUA?
Tom Cavalcante: Quanto mais espaço para o humor, melhor. Fico feliz em ver que todas as emissoras estão abrindo espaço para o humor. As sátiras a programas de TV são uma tendência nos EUA e na Europa que eu acompanho há bastante tempo e que aqui também vingou.

Virgula: Com tantos humoristas “novos” no mercado, quem você gosta de acompanhar?
Tom Cavalcante:Chico Anysio, ontem, hoje e amanhã. Mesmo já do lado de lá, Golias, Nair Belo e Costinha continuam a fazer rir. O Pânico e o CQC, por exemplo, são recebidos com aplauso pela atual geração de humoristas por oxigenar esta classe artística. Também me alegra saber que eles chegaram já com a experiência do rádio e dos palcos na bagagem. Muito novos talentos estão na estrada. Daqui a pouco aparece um que vai subir para o olimpo. No Show do Tom, trabalho abrindo as portas para novos humoristas no ensejo de que todos tenham a mesma oportunidade que eu tive.

Virgula:  Qual sua opinião sobre o stand-up comedy brasileiro? Você já fez stand-up?
Tom Cavalcante: Stand-up comedy é o que Chico e eu sempre fizemos nos palcos ao longo de nossas carreiras. Ou seja, basicamente o humorista e o microfone.

Virgula:  Você já foi diversas vezes processado por imitações. Como você lida com isso? Na hora da fazer uma imitação, esse peso “jurídico” não te intimida?
Tom Cavalcante: O único impedimento jurídico é o que se refere à sátira a um programa do Silvio Santos. Não tive problemas em imitar o apresentador Silvio Santos. A questão se referia ao formato de um quadro nosso muito parecido com o “Qual é a Música”. E a idéia da sátira ao quadro nem foi minha.

Virgula:  Qual a imitação/personagem que vc mais curte fazer, que você ri sozinho quando assiste?
Tom Cavalcante: Na verdade, curto todos! Cuido de cada fala do texto, de cada detalhe da maquiagem. Quem dá o referendo é o povão, nos meus shows e nas pesquisas eletrônicas que fazemos no site da Record. Particularmente, tenho um carinho especial pelo João Canabrava, meu primeiro personagem em rede nacional, e pela Jarilene, a empregada doméstica folgada: “Com licença, obrigada!”.
 
Virgula:  Você tem Twitter?
Tom Cavalcante: Sim, tenho: @tomcavalcante1


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Tom Cavalcante diz ao Virgula: 'Stand-up é o que Chico e eu sempre fizemos'

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