Nenê e Anderson Varejão, dois gigantes de 2,10 e 2,11 metros, são as caras brasileiras nas finais de conferência da NBA, uma das várias coincidências nas carreiras desses jogadores que são fundamentais para as intenções de Denver Nuggets e Cleveland Cavaliers na liga americana.

Os dois nasceram para o basquete, mas na infância foram seduzidos por outros esportes. Na NBA, chegaram após colecionar em casa símbolos de personagens que pouco depois passaram a ser seus companheiros de equipe.

Maybyner Rodney Hilário, apelidado de Nenê por ser o menor de seus irmãos e o mais jovem em muitas outras circunstâncias de sua vida, nasceu em 13 de setembro de 1982 em São Carlos. Seu primeiro esporte foi o futebol, onde atraiu a atenção de várias equipes. Sua estatura o levou ao basquete, embora de maneira tardia.

Aos 14 anos, Nenê se interessou pelo jogo. Enquanto crescia, também melhorava suas habilidades dentro da quadra, o que o levou ao Vasco da Gama, sua única equipe no Brasil.

Na temporada 2000-2001, com apenas 18 anos, anotou em média 7,9 pontos e 5,9 rebotes em 20 minutos de jogo, mas suas estatísticas cresceram na segunda temporada pelo time carioca, quando se destacou com 13,2 pontos e 10,1 rebotes em 30 minutos.

As boas atuações levaram Nenê à seleção brasileira, em 2001. E em 2002, após terminar sua segunda temporada no Vasco da Gama, voltou a fazer história ao ser escolhido pelo New York Knicks como sétima opção da primeira rodada do Draft (sorteio universitário) da NBA.

O Knicks o transferiu imediatamente ao Denver Nuggets, equipe pela qual completa sua sexta temporada. Embora o talento, que o levou a formar o quinteto ideal de novatos da NBA em 2003, do número 33 de Denver fosse reconhecido pela maioria dos comentaristas, a qualidade de seu jogo e seu minutos na quadra começaram a diminuir após sua segunda temporada.

Em 2005, durante a primeira partida da temporada, Nenê sofreu uma grave lesão no joelho que o fez perder o resto da liga. Porém, não se deixou derrotar pela adversidade.

Na temporada seguinte, já recuperado, teve seu melhor ano e ajudou a empurrar a sua equipe, embora tenha precisado abandonar de novo as quadras ao descobrir em 2008 um câncer no testículo.

Mas Nenê retornou mais forte do que nunca. NA presente temporada regular, jogou 77 partidas, 76 delas como titular, e anotou seus melhores registros em pontos por partida (14,9), tocos (1,3) e rebotes (7,8), contribuindo para a passagem do Nuggets a sua primeira final de conferência da história.

Embora com menos problemas físicos, a história de Anderson Varejão, um jogador de 26 anos nascido no Espírito Santo, tem vários aspectos similares ao de seu compatriota Nenê, especialmente no âmbito esportivo.

Além de jogarem praticamente na mesma posição, estrearam em 2000 na liga nacional e na seleção de seu país, chegaram à NBA em equipes da segunda cena e em 2009 vivem o melhor momento de suas carreiras.

Anderson Varejão jogou no Franca e foi escolhido o melhor jogador da liga nacional. Em 2001, assinou com o Barcelona, a Espanha, e, embora tenha tido dificuldade para se adaptar, acumulou experiência e terminou fazendo parte da equipe que venceu a Euroliga.

Em 2004, foi escolhido na segunda rodada do Draft da NBA pelo Orlando Magic e, da mesma forma que Nenê, foi transferido quase que imediatamente. No que os dois diferem, no entanto, é no estilo do jogo.

Nenê é um jogador mais ofensivo, com maior capacidade e habilidade para dominar seus rivais, enquanto Varejão é daqueles guerreiros que se encarregam de fazer o chamado “trabalho sujo”, desses adorados pelos treinadores por dar toda a energia pela equipe.

Se as coincidências entre ambos continuarem, Nenê e Varejão se encontrarão na final da NBA e entrarão diretamente na história de Nuggets e Cavs, que nunca disputaram um título na liga americana.


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Titulares, Nenê e Varejão dão toque brasileiro a finais da NBA

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