Os fãs de reggae da cidade de São Paulo viveram uma noite de gala no último domingo, quando The Wailers e Alpha Blondie, dois grandes expoentes da música nascida na Jamaica, dividiram o palco do Credicard Hall.
O público foi chegando devagar na casa, talvez por conta da chuva que insistiu em cair no final da tarde, mas veio em bom número para assistir a mais duas belíssimas apresentações da banda que já acompanhou o mestre Bob Marley e do maior cantor do reggae marfinense.
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Quem subiu no palco primeiro foram os jamaicanos do Wailers, atualmente liderados pelo vocalista Elan Atias e pelo grande mito do baixo Aston “Family Man” Barrett. A banda fez um show com repertório consistente e sem muitas surpresas, daqueles que agrada em cheio os fãs eventuais do Rei do reggae.
Fortemente baseado nos hits de era de ouro da banda, o set incluiu Is This Love, Jammin’, I Shot The Sheriff, Natural Mystic, Waiting In Vain e muitos outros sucessos eternizados na voz de Bob Marley. A maior “surpresa”, por assim dizer, foi mesmo a inclusão de Them Belly Full, não muito presente nas coletâneas de maiores sucessos do grupo.
A banda ainda apresentou Stir it Up, Could You Be Loved, Get Up Stand Up e até Lively Up Yourself, que pode ser considerado até um “lado B” se comparada com a magnitude dos hits que estavam sendo tocados naquela noite.
Com o fim do show, o que se seguiu foi uma longa e dolorosa espera de uma hora para a montagem do palco para o segundo show da noite, o que desanimou todos os presentes e até acabou fazendo alguns fãs menos apaixonados deixarem a casa antes da hora.
Protestos de todos os lados, assobios e pressões, até que às 23:30 de um domingo a noite, finalmente o marfinense Seydou Koné subiu ao palco com sua banda, quando se transforma no já mítico Alpha Blondy.
Dono de uma voz poderosa e frontman de uma banda muitíssimo competente, o cantor africano não perdeu tempo e abriu o set com seu carro-chefe, a excelente Jerusalem, que pelo único momento no show conseguiu romper a barreira do idioma.
Barreira que tirou um pouco do brilho da apresentação do cantor da Costa do Marfim, que apesar de falar inglês, costuma usar mais o francês quando está sobre o palco. A salada só aumenta quando Alpha usa frases em árabe, hebráico e Dioula, língua nativa dos povos Mande da África Ocidental.
O show ainda teve Massada, New Dawn, Guerre Civile, Apartheid is Nazism e Mr Grand Gueule, para a alegria de todos os presentes que viveram a explosão do reggae nas rádios ao redor do globo no meio dos anos 80.