O Haiti, o país mais pobre da América, completa nesta terça-feira (19) uma semana mergulhado em uma profunda crise humanitária, provocada pelo devastador terremoto de 12 de janeiro.

Confira a linha do tempo com os acontecimentos mais relevantes desde o forte tremor:

12 de janeiro

– Um terremoto de 7 graus na escala Richter atinge o Haiti. O epicentro do tremor é localizado a apenas 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe.

– Ficaram destruídos os escritórios da ONU, o Palácio Nacional, a catedral, o Parlamento e vários hospitais e escolas.

13 de janeiro

– Cerca de 20 países anunciam o envio de ajuda urgente ao país.

– O primeiro-ministro Jean Max Bellerive afirma que o tremor deixou “mais de 100 mil mortos” e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, diz que 3 milhões de haitianos, um terço da população, ficaram desabrigados.

– O Banco Mundial (BM) anuncia uma doação de US$ 100 milhões. Começam a chegar os primeiros aviões com ajuda internacional ao aeroporto de Porto Príncipe, cujas operações são assumidas pelos EUA depois que a torre de controle foi inutilizada pelo terremoto.

14 de janeiro

– O aeroporto de Porto Príncipe suspende algumas autorizações para pouso diante do elevado volume de ajuda enviado pela comunidade internacional.

– O Governo dos Estados Unidos e o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciam ajudas individuais de US$ 100 milhões, ao passo que o Haiti começa a enterrar os mortos em valas comuns.

15 de janeiro

– A ONU pede à comunidade internacional US$ 560 milhões em ajuda urgente.

– Uma onda de saques começa no país. Alguns haitianos formam barricadas de cadáveres nas ruas, dadas as dificuldades para a obtenção de alimentos, que só chegam a cerca de 8 mil desabrigados.

– A Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) reforça as patrulhas militares e policiais.

– Chega ao Haiti o porta-aviões americano “Carl Vinson”, com 19 helicópteros a bordo, três salas de operações e uma unidade para o tratamento de água.

– Os EUA decidem conceder status de proteção temporário (TPS, na sigla em inglês) aos haitianos que estavam ilegalmente no país antes da tragédia.

16 de janeiro

– Um novo tremor, de 4,5 graus na escala Richter, sacode o Haiti.

– Centenas de jovens saqueiam estabelecimentos comerciais de uma importante avenida do centro de Porto Príncipe.

– A ONU confirma a morte do chefe da Minustah, o tunisiano Hedi Annabi, e de seu adjunto, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, o que fez subir para 40 o número de trabalhadores da organização mortos no terremoto. Ao todo, 330 funcionários são dados como desaparecidos.

– A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, visita Porto Príncipe.

– O ministro de Interior do Haiti, Antoine Bien-Aimé, diz que o Governo estuda retiradas em massa para evitar problemas de saúde em Porto Príncipe. Seu colega da pasta de saúde, Alex Larsen, não descarta a queima de cadáveres.

17 de janeiro

– Ban Ki-moon chega à capital haitiana, onde afirma que “todo o país está devastado” e que a tragédia “é o pior desastre humanitário que a comunidade internacional enfrenta em várias décadas”.

– A Polícia haitiana começa a tomar as ruas da capital para evitar os saques.

– O tenente-general P.K. Keen, coordenador do trabalho humanitário do Exército americano no Haiti, diz que a violência dificulta a assistência.

– O Governo haitiano decreta estado de emergência no país até o fim de janeiro e luto nacional por 30 dias.

18 de janeiro

– Bellerive diz que o Governo já recolheu 72 mil corpos, sem contar os retirados dos escombros pela população e a Minustah.

– O ex-presidente dos EUA Bill Clinton, enviado especial da ONU para o Haiti, visita Porto Príncipe. Washington prepara o envio de 7,5 mil soldados ao país, contingente que se somará a outro de 5,8 mil homens já posicionados na nação caribenha.

– A União Europeia aprova 430 milhões de euros em ajuda humanitária urgente e para a reconstrução a médio prazo.

– Ban pede ao Conselho de Segurança da ONU que amplie temporariamente sua missão no Haiti com outros 3,5 mil “capacetes azuis”.

– Em uma cúpula em Santo Domingo, o presidente haitiano, René Préval, acerta a realização de uma conferência internacional para a a reconstrução do Haiti. O encontro será na República Dominicana, em abril.

19 de janeiro

– A ajuda humanitária flui melhor uma semana depois do terremoto. Equipes de resgate procedentes de todo o mundo trabalham com 1.820 homens e 175 cães farejadores. O número de pessoas resgatadas com vida de entre os escombros chega a 90.


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Terremoto no Haiti completa uma semana; relembre os acontecimentos