Os talibãs do Afeganistão repudiaram nesta terça-feira (3) a reeleição de Hamid Karzai como presidente do país e disseram que continuarão promovendo ataques em todo o país com o intuito de arruinar “todas as conspirações do inimigo”.
“Há duas semanas, disseram que Karzai tinha manipulado a eleição e que a maioria dos votos era falsa, mas ele foi declarado vencedor”, comentaram os insurgentes em nota divulgada pela agência afegã AIP.
Depois que o ex-ministro de Assuntos Exteriores Abdullah Abdullah desistiu de participar do segundo turno do pleito presidencial, inicialmente marcado para 7 de novembro, a Comissão Eleitoral afegã cancelou na segunda-feira (2) a votação e declarou Karzai presidente eleito.
Os talibãs, no entanto, já vinham promovendo um boicote à segunda etapa da eleição, à qual se referiam como um “espetáculo fraudulento” organizado pelos estrangeiros.
Os rebeldes também ameaçavam lançar uma onda de violência como a vista em 20 de agosto, quando aconteceu o primeiro turno das eleições presidenciais.
“O cancelamento do segundo turno provou que todas as decisões são tomadas em Washington e Londres”, denunciaram os insurgentes no comunicado.
Contrariados, eles voltaram a pedir a “toda nação” que frustre “todas as conspirações dos imperialistas” e una suas forças em prol da instauração de um “sistema islâmico”.
“Os valentes mujahedins dos Emirados Islâmicos frustrarão outras conspirações do inimigo e continuarão lançando ataques decisivos em cada canto do país”.
Nesta terça, Karzai prometeu um Governo de união nacional e voltou a estender a mão a todos os insurgentes que aceitarem a Constituição e aderirem ao Estado democrático.