Todo mundo tem um assunto preferido ou uma área com a qual se identifica, como artes, música, cinema, literatura, moda. Que tal dividir com as pessoas àquele tema que você domina, por meio de um podcast?

Também chamados de podcastings, os podcasts são arquivos de áudio, em MP3, transmitidos via internet. Por eles, é possível oferecer seleções musicais ou falar sobre o assunto que preferir – assim como em um blog, mas com transmissão via rádio.

O termo surgiu da fusão de iPod (player MP3 da Apple) e brodcast (transmissão via rádio) no final dos anos 1990, quando Adam Curry, ex-VJ da MTV americana pensou em uma maneira de transmitir automaticamente conteúdo de áudio para seu iPod. Para isso, dominou a Applescript – linguagem de programação da Apple – e escreveu um esboço do que seria o iPodder, que é um agregador de informação, como o iTunes, por exemplo.

Como criar meu Podcast?
O primeiro passo é entender que não existe uma maneira correta de se criar um, mas sim diferentes formas, de acordo com o conhecimento de informática e tecnologia que você tem. O legal é encontrar uma forma que funcione pra você e que não te faça achar chato ou estressante o momento da criação.

O primeiro passo é ter um microfone conectado ao micro e um fone de ouvido, para que não dê eco. Quem usa Mac para gravar o podcast pode usar o microfone embutido na maioria dos modelos e conseguir uma qualidade de som até que aceitável. Para os PCs, vale a regra de que a qualidade do áudio será diretamente proporcional à qualidade do microfone, ou seja, quanto melhor o microfone melhor será a qualidade da gravação.

No Mac, você pode usar para gravar tanto o GarageBand, parte do pacote de software comercializado como iLife (da própria Apple) como outros softwares. A jornalista Natália Garcia foi a primeira aluna da faculdade Cásper Líbero a apresentar um podcast como trabalho de conclusão de curso e depois gravou e editou por dois anos o podcast do portal Casa Claudia, da editora Abril. “Gravo em Mac e uso um software bem barato chamado HiJack. Mas o Sound Forge, para PCs, é bem bacana tanto para captação quando para edição. Mais importante que um software fodão é uma boa placa de áudio. São mais indicadas as placas off body (externas). Indico a marca M AUDIO”, diz Natália. 

Antes de começar a gravar, verifique nas Preferências do Sistema o volume do microfone, para ter certeza de que a qualidade do áudio gravado será satisfatória. Para um podcast simples, com apenas uma pessoa falando e música de fundo o setup está completo. Após a gravação da voz, basta inserir as músicas desejadas e os efeitos especiais como faixas (tracks) separadas, ajustar o volume para que a música não encubra a voz e pronto.

Além da gravação em estúdio, a captação de áudio externo pode dar um charme extra ao seu Podcast. Para isso, é legal investir em um bom gravador. “Para gravações externas, a maioria das pessoas usa um gravador digital e passa o áudio para o computador. Também é possível gravar em fita e digitalizar o áudio, mas nesse processo, perde-se muita qualidade. Melhor do que investir num  estúdio de boa qualidade para a gravação, na minha opinião, é ter um gravador bacana, para captar áudio ambiente, som da rua, coisas que ambientem o assunto em questão.  Recomendo gravadores da marca M AUDIO são excelentes. Eu usava o italk, um gravadorzinho acoplável ao ipod, que tem excelente qualidade”, conta Natália.

O próximo passo é exportar o arquivo para o iTunes, onde a fase da produção irá acontecer. O GarageBand exporta para o iTunes no formato AIFF, que gera arquivos muito grandes para serem utilizados nos podcasts. No iTunes, clique em Command+, para abrir as preferências do programa, e vá até a aba Importing para escolher a qualidade e o formato do arquivo a ser exportado. Para um podcast, em função do espaço, geralmente se utiliza o formato mp3 com 64kbps como qualidade. Desta maneira, o arquivo de áudio não fica com um tamanho exagerado e pode ser facilmente hospedado em seu servidor e baixado pela sua audiência.
E qual linha editorial seguir? Qualquer tema é legal pra fazer um Podcast?
 
Mais uma vez, o importe é investir em temas familiares a você. Os dois projetos nos quais a jornalista Natália se envolveu, por exemplo, tratavam de gastronomia e decoração e enfrentou desafios para gravá-los. “É preciso ter cuidado com temas muito “visuais” para que a abordagem no áudio não deixe que a informação se perca. No meu caso, eu corri esse risco nos dois projetos em que estive envolvida, pois os temas eram super visuais. A solução que encontrei, no caso de comida, foi dar uma abordagem comportamental. Falamos de comida e espiritualidade, da mística do homem na cozinha, coisas do tipo. No podcast de decoração, fazíamos entrevistas inéditas e tínhamos uma “audio-novela” em que um casal passava pelos perrengues de escolher uma casa, reformar, decorar, etc etc e, como pano de fundo, dávamos informações úteis aos ouvintes”.

Logo que a febre do Podcast estourou todos os grandes portais criaram um, muito pelo modismo. E era muito comum oferecerem o mesmo serviço que um rádio ofereceria. Não fazia o menor sentido e o resultado é que ninguém ouvia. Readaptar algum material para podcasts pode ser uma boa. A revista Rolling Stone lançou m podcast em que disponibilizava as gravações de entrevistas antológicas. A Folha de S. Paulo fez um podcast com o áudio na íntegra das sabatinas que fazia. E a trip reeditou os programas do Paulo Lima na Eldorado.

Pra finalizar…
O que diferencia os podcasts dos blogs de áudio é a forma como o conteúdo é distribuido, utilizando o RSS 2.0. O arquivo RSS é extremamente simples, oferecendo algumas informações sobre o podcast e o arquivo a ser baixado pelo programa.

Depois que você incluiu o RSS em seu podecast, envie para seu servidor, seguindo a estrutura de diretórios utilizada no arquivo xml, com seu programa de FTP favorito. Com tudo isso feito, é só verificar se tudo está funcionando com um programa próprio para baixar os podcasts, que pode ser encontrado para diversas plataformas no site iPodder.org.

Como baixar os podcasts?
De nada adianta uma rádio sem audiência, e o mesmo serve para os podcasts. Para que as pessoas possam escutar o seu, elas precisam de um programa especial. O programa mais usado é o iPodder, que possui versões para Mac e PC e é distribuído gratuitamente. Mais uma vez, Natália dá as dicas: “É preciso ter comprometimento quanto à periodicidade. As pessoas que acompanham o podcast precisam saber que a atualização será no dia x, senão desistem de acompanhar. É essencial oferecer assinatura RSS, pra que os ouvintes não precisem, toda vez, retornar ao site pra ouvir os novos programas. Também aconselho que o podcast tenha um projeto paralelo envolvendo as redes sociais: orkut, twitter, facebook, etc. O uso delas depende muito de cada caso. Parcerias também pode ser uma boa.”

Agora é só colocar tudo isso em prática e mãos à obra!


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Tá em casa de bobeira? Que tal criar um podcast?

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