A Corregedoria Geral do Ministério Público Estadual (MPE) investiga a veracidade do depoimento de Suzane Richthofen, de 25 anos, prestado à juíza da Vara de Execuções da Comarca de Taubaté. Segundo Suzane, o promotor de Justiça se apaixonou por ela e a levou duas vezes para seu gabinete quando esteve presa na Penitenciária de Ribeirão Preto.
Suzane disse que o promotor esteve na unidade prisional para tirar algumas fotos da cela onde ela convivia com outras presas. Segundo ela, o promotor cumprimentou as detentas com beijo no rosto, fato que causou bastante estranheza, inclusive aos diretores do presídio.
Após tirar as fotos, o promotor comentou que as regras disciplinares na unidade eram rígidas e incompatíveis com o sistema, razão pela qual estaria instaurando um processo verificatório, disse Suzane.
Dias depois Suzane foi conduzida ao gabinete do promotor, em local fora da prisão, e permaneceu a sós com ele por várias horas. Ela afirmou que Gonçalves impediu a permanência de outras pessoas no local e fez indagações sobre a vida pessoal dela.
Suzane declarou que 10 dias depois foi novamente levada ao gabinete do promotor, de ambulância e sem algemas. Mais uma vez ele teria impedido o acesso de qualquer pessoa na sala. O promotor teria providenciado música ambiente, com CDs românticos.
Ainda de acordo com Suzane, Gonçalves afirmou que contaria a ela uma história e iniciou dizendo que havia se apaixonado por ela, para quem tinha escrito inúmeras poesias e sonhava em beijá-la e abraçá-la.
O promotor negou todas as acusações.
O Tribunal de Justiça disse que caso tenha havido tal fato e tenha sido, eventualmente, juntada documentação referente a ele no processo, a matéria seria protegida por segredo de justiça.