O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antônio Dias Toffoli pediu vista do processo conhecido como mensalão mineiro. Toffoli disse que já havia preparado seu voto, no entanto, não havia observado o recibo no valor de R$ 4,5 mil, que comprovaria que o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) teria recebido dinheiro do publicitário Marcos Valério.
Esse documento me chama atenção porque eu preparei um voto, não vou revelar aqui minha posição, mas o substancioso voto trazido aqui por Vossa Excelência neste momento me chama atenção porque é o único documento que leva a uma vinculação material do acusado Eduardo Azeredo, destacou o ministro.
Devido ao pedido de vista, a sessão foi encerrada há pouco sem que os demais ministros se manifestassem sobre o relatório de Joaquim Barbosa. Caso a maior parte dos ministros acolha o voto do relator, que aceita as denúncias de peculato e lavagem de dinheiro contra o senador, Azeredo será considerado réu no processo.
Hoje pela manhã, Azeredo afirmou que o recibo é falso. No entanto, o relator do processo no STF, ministro Joaquim Barbosa afirmou que uma análise do Instituto Nacional de Criminalística apontou a autenticidade das assinaturas e do próprio documento.
No processo, Azeredo é acusado pela Procuradoria-Geral da República de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, irregularidades que teriam ocorrido durante campanha de Azeredo à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998.
O processo também envolve outras 38 pessoas, entre elas, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, que figura como pivô de um esquema semelhante que teria sido usado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e denunciado em 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
O esquema tucano teria arrecadado, de acordo com a denúncia, mais de R$ 100 milhões, com desvio de verbas de estatais e empréstimos bancários. Oficialmente, a campanha de Azeredo custou R$ 8 milhões.