Uma comissão da Secretaria Municipal da Saúde apurou que a Prefeitura de São Paulo pagou até 994% a mais por remédios e produtos hospitalares entre 2003 e 2008. No caso mais absurdo, em 2007, a prefeitura pagou R$ 71,10 para cada caixa de Fluconazol, medicamento usado contra infecções, que era encontrado na distribuidora a R$ 6,50. Cerca de mil cartelas foram adquiridas, o que representa um desvio de R$ 67 mil.
As licitações sob investigação têm a participação de seis empresas – Embramed, Biodinâmica, Vida’s Med, Halex Istar, Home Care Medical e Velox. Todas estão impedidas de firmar contratos com a prefeitura até o fim da apuração.
A comissão apontou irregularidades em oito dos 50 processos analisados. O relatório parcial não apresenta nome de nenhum servidor. Outros 137 processos ainda estão em fase de apuração.
Além do Fluconazol, a comissão verificou indícios de superfaturamento na compra do Levofloxacino, fornecido pela Halex. A Prefeitura pagou R$ 64,90 por cada embalagem do medicamento, bem mais do que o Hospital Samaritano (que pagava R$ 25) e o Santa Catarina (R$ 49).
Em outro processo de compra que evidenciaria superfaturamento, a empresa contratada havia feito oferta de R$ 3.767, mas acabou recebendo exatos R$ 15,7 mil.