(por Gabriel Codas) O Brasil é considerado um dos países com maior carga tributária em todo mundo. Com tantos impostos a pagar, a sonegação fiscal do país atingiu R$ 200,29 bilhões em 2008, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O montante equivale a 32% do Orçamento da União previsto para este ano.
O IBPT estima que uma receita equivalente a R$ 1,32 trilhão não tenha sido declarada aos fiscos no ano passado. O levantamento usou como amostra 9.925 empresas autuadas entre 2006 e 2008. Segundo o instituto, o principal motivo de tanta sonegação é o fato da carga tributária representar 36,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Entre os tributos mais sonegados, pela ordem, estão a contribuição previdenciária, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto de Renda. Segundo o IBPT, a indústria é o setor que lidera a sonegação, seguido do comércio e pelos serviços.
Dentre as quase dez mil empresas do levantamento, há fortes indícios de sonegação em 26,84% delas. No entanto, em estudo idêntico de 2005 o índice chegou a 29,45% entre todas as avaliadas.
Entre todos os setores pesquisados, somente na indústria houve um aumento na sonegação, saltando de 27,02% em 2005 para 30,77% agora. No comércio a queda foi de 31,23% para 29,02%, enquanto no setor de serviços a redução foi de 25,93% para 24,22%.
Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT explica que o pagamento antecipado do ICMS fez com que o comércio fosse obrigado a recolher o imposto antecipadamente, o que contribuiu para essa queda. Já nos serviços, houve aumento na retenção de tributos federais e, mais recentemente, de municipais, caso Imposto Sobre Serviços (ISS).
O índice de sonegação no país apontado é de 25,05% (foi de 32% em 2000), é menor do que o de outros países da América Latina. Argentina, Peru e Equador têm índices de 30%; o México, de 35%; Bolívia e Venezuela, da ordem de 40%. O Brasil perde somente do Chile, onde a taxa é de 15%. Países desenvolvidos tem sonegação de 7%.
