O compositor, cantor e ator Thiago Pethit é uma das jovens revelações artísticas que desde o ano passado tomou de assalto o circuito alternativo (ou indie). Em blogs, sites, casas de shows e no boca a boca, o jovem de 26 anos ganhou fama em São Paulo com suas belas canções que misturam desde rock até folk e MPB.
Com o EP Em Outro Lugar e o single Fuga No 1 lançados de forma independente e com ajuda da internet, Thiago Pethit faz nesta quarta-feira (29/4) seu último show no Studio SP, em São Paulo, com as participações da cantora carioca Sílvia Machete e o músico paulistano Dudu Tsuda.
Thiago Pethit conversou com o Virgula e contou um pouco mais sobre a carreira, a divulgação das músicas, as parcerias musicais e a guinada ao trocar o teatro pela música.
Virgula O EP Em Outro Lugar saiu no fim do ano passado. Antes disso, o que você fazia?
Thiago Pethit Antes de gravar, eu trabalhava como ator. Foram quase 10 anos em uma companhia de teatro. Nessa época eu já escrevia e compunha muito, mas não usava isso pra nada. Conheci a cantora Tiê e o músico Dudu Tsuda, que tinham o show Cabaret, no qual misturavam músicas deles com encenação, e eles me chamaram pra dirigir esse espetáculo. De repente, eu já estava fazendo cenário, costurando cortinas e tudo mais. Depois, comecei a cantar em algumas músicas e virei personagem do Cabaret. Saquei que o que eu queria fazer estava mais ali que no teatro.
Vírgula Você é jovem. Pensa em voltar ao teatro?
Thiago Pethit – Sempre quis ser ator. Era algo muito determiando na minha cabeça. Foi muito forte e brusco mudar pra música. Abandonei um grupo, estava ganhando dinheiro com teatro, o que é bastante difícil, mas não penso em voltar.
Vírgula Em Outro Lugar saiu em quais formatos? Como você encara a internet para a música?
Thiago Pethit Lancei o EP em CD, mas logo disponibilizei as músicas na internet porque adoro a web. Fiz mil cópias do disco e já vendeu mais da metade. Os CDs podem ser comprados depois do shows, também na Livraria Cultura e na loja Teu é o Mundo [alameda Tietê 43, loja 12, São Paulo]. Em Outro Lugar saiu em outubro de 2008. Em dezembro, lancei o single Fuga Nº 1, que foi lançado apenas como digital. Estou fazendo trabalho de formiguinha na divulgação: toda semana, mando as músicas e textos para blogs de jovens que curtem o meu som e para alguns jornalistas blogueiros. Daí combinei com essas pessoas e disponibilizei as músicas nos blogs delas para serem lançadas num determinado dia. Eu acredito na internet.
Virgula Como você escolhe os artistas que participam dos seus shows, já que faz um trabalho bastante autoral e sozinho?
Thiago Pethit Sempre chamo pessoas que admiro muito, porque tenho um trabalho muito solitário de compor e cantar, mesmo acompanhado de uma banda. E tenho que tomar conta de todo o resto como artista independente. Então, é muito bom quando consigo pessoas que têm outro olhar sobre o que faço. O Maurício Fleuey [Telepatique, Multiplex], por exemplo, foi muito importante quando comecei meu trabalho porque tínhamos ideias muito diferentes, e no fim me pareceu que ele entendia mais do meu trabalho do que eu. No meu trabalho solitário é bom ter esse olhar de fora, por isso chamei pessoas de áreas diferentes, como o Hélio Flanders [Vanguart] que não tem nada a ver com a Tulipa Ruiz [Pochete Set], por exemplo. Isso é pra dizer que o meu trabalho é plural, que a minha música não é só folk, rock, tango, cabaré, chanson. É tudo isso, mas ainda é diferente.
Vírgula Depois deste show no Studio SP, o que você está planejando?
Thiago Pethit – Estou querendo marcar shows fora de São Paulo. Depois, quero voltar ao Studio SP e tem umas novidades que ainda não posso contar.
Vírgula Como começou o teu interesse pela música?
Thiago Pethit Comecei a ouvir música muito cedo. Sempre muito interessado pelo cinema. Eu era cinéfilo quando criança: com 10 anos, ficava em casa assistindo a filmes. Um dia me toquei que sabia tudo sobre a 2a Guerra Mundial porque já tinha visto muitos filmes da década de 1940. Tem muitas coisas de muitas épocas que me influenciam: Nino Rota, Mutantes, música eletrônica, rock Adoro ir nas quartas na festa Funhell [no clube de rock Funhouse], na festa Crew [nos clubes eletrônicos D-Edge e Vegas]. Adoraria ser um cantor de pista, mas minha música não tem muito a ver. Quem sabe um dia
Virgula Os jovens hoje querem ser DJs ou ainda ter uma banda de rock. Com influências tão diferentes desse universo, você não está fora do eixo?
Thiago Pethit Estou nadando contra a corrente, mas às vezes também é gostoso deixar ela te levar. Por isso, gosto de experimentar.
Links:
www.myspace.com/lepethitprince
THIAGO PETHIT
Quando: 29/4 (hoje), às 21h.
Onde: Studio SP
Quanto: Grátis