Líderes da base aliada e da oposição já trabalham nos bastidores do Senado para fechar um acordo entre o PMDB e o PSDB para resolver a crise na Casa. A ideia é salvar tanto o presidente José Sarney (PMDB-AP), como o líder Arthur Virgílio (PSDB-AM).

Os principais negociadores do chamado “acordão” são Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL), Aloízio Mercadante (PT-SP) e Sérgio Guerra (PSDB-PE).

A iniciativa do acordo teria surgido em conversas reservadas entre senadores da base aliada e auxiliares do presidente Lula. A mensagem dada aos tucanos pede que eles não ponham mais combustível na crise. Se isso acontecer, o PMDB promete reforçar ainda mais a tropa de choque.

Dilema petista

Neste estágio da crise, o PT é visto como peça chave para reabrir as representações contra Sarney no Conselho de Ética. Pressionada de um lado pelo governo e de outro por eleitores, a bancada do petista vive um dilema.

Parte dos senadores do PT quer desengavetar a acusação que liga Sarney aos atos secretos por causa da nomeação de Henrique Dias, namorado de sua neta Maria Beatriz, para um cargo de confiança no Senado. O problema é que, para Sarney ser investigado, três senadores do PT com assento no Conselho de Ética (João Pedro, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti) precisam endossar o recurso da oposição.

Mercante encabeça a lista dos petistas que deve apoiar a oposição. Mas Delcídio Amaral e Ideli Salvatti, suplentes do Conselho de Ética, não querem assumir a vaga de titulares para não mexer nesse vespeiro, já que são candidatos à reeleição, em 2010.

Mercadante também concorrerá a novo mandato e foi avisado pelo Planalto de que é necessário salvar Sarney, em nome da governabilidade e da aliança com o PMDB em torno da provável candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência.


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Senado pode fazer acordo para inocentar Sarney e Virgílio