O Senado aprovou na quarta (2) a contração de um empréstimo externo no valor de 6,080 bilhões de euros (US$ 8,645 bilhões) para a construção, em cooperação com a França, de cinco submarinos, incluindo um nuclear, e a compra de 50 helicópteros militares.
O plenário do Senado deu sinal verde para a obtenção de um crédito de 4,32 bilhões de euros (US$ 6,143 bilhões) para os submarinos e outro de 1,76 bilhão de euros (US$ 2,502 bilhões) para os helicópteros, como informou o escritório de imprensa da Casa.
Os recursos serão emprestados por um consórcio de bancos liderado pelo francês BNP-Paribas e a primeira verba será destinada ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha.
O programa prevê a construção em série de quatro submarinos convencionais e de um de propulsão nuclear, assim como de um estaleiro onde serão feitos os navios e de uma base de apoio a essas embarcações.
Segundo a Marinha, o Prosub permitirá que o país aumente as atividades de vigilância, proteção e defesa nas áreas onde estão as instalações marítimas que produzem petróleo e gás.
Há anos o Brasil sonha com o desenvolvimento de um submarino nuclear, uma possibilidade que começou a concretizar nos últimos meses mediante um acordo estratégico de defesa negociado com a França e que deve ser formalizado na próxima segunda-feira durante a visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
A segunda verba será investida na compra de 50 helicópteros de meio porte para as três forças, que serão fornecidos entre 2010 e 2016 por um consórcio formado pela brasileira Helibras e pela Eurocopter, filial do grupo europeu EADS.
Na semana passada, o ministro da Defesa Nelson Jobim explicou em comparecimento ao Congresso o acordo com a França e ratificou hoje que o Brasil contará com seu primeiro submarino de propulsão nuclear em 2021.
O submarino só estará equipado com armamento convencional, como explicou o ministro, que destacou que o acordo com a França tem como condição a transferência de toda a tecnologia nuclear relativa aos navios, o que, na sua opinião, representará um “enorme salto” de qualidade para a indústria naval nacional.