A forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no último trimestre do ano passado não deu alternativas para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Em reunião na quarta-feira (11), a decisão foi pela redução da taxa de juros em 1,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. Esse foi o maior corte já registrado desde novembro de 2003.

Com a decisão, a taxa brasileira de juros voltou para o mesmo nível de abril do ano passado. A última vez que o BC realizou um corte dessa magnitude foi no primeiro ano do governo Lula. Na reunião de novembro de 2003, os juros foram reduzidos de 19% para 17,5% ao ano, sendo que já havia chegado a 26,5% no mesmo ano.

Apesar do forte corte, o Brasil ainda lidera o ranking das maiores taxas de juros reais do mundo. O calculo é feito subtraindo a inflação da taxa referencial. De acordo com a UPTrend Consultoria Econômica, o país tem agora a taxa real de 6,5%, seguido da Hungria com 6,2%. Argentina, China e Turquia também figuram na lista elaborada pela consultoria.

A decisão do Copom foi unânime e abre espaço para uma nova redução da Selic na próxima reunião, que deve acontecer em 45 dias. Caso isso aconteça, o país passará a ter a menor taxa de juros desde o final de 1997, quando a taxa era de 2,9%. Na época o mundo sofria com a crise asiática e a Selic saltou para 38% ao ano.

A queda dos juros tem como principal objetivo estimular a economia e a recuperação do crédito, que é um dos setores mais atingidos pela crise. No entanto, para isso acontecer, os bancos devem repassar essa redução para os clientes, o que deve acontecer nos próximos dias.

Juros Reais

Brasil            6,5%
Hungria        6,2%
China           4,3%
Argentina     4,3%
Turquia        3,5%

Fonte: UpTrend Consultoria Econômica


int(1)

Selic tem maior queda desde 2003; Juros reais ainda são os maiores do mundo