O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, apoiou hoje a decisão do Governo de divulgar documentos que mostram como a adminstração de George W. Bush legitimou as torturas, mas expressou sua preocupação com possíveis repercussões.
Gates, que visitou uma base militar na Carolina do Norte, explicou que a maior preocupação era proteger agentes da CIA (agência de inteligência) envolvidos nas torturas, mas que foram aplicadas dentro das diretrizes dada pelo Departamento de Justiça.
O ministro da Defesa destacou seu temor perante possíveis repercussões no Iraque, no Afeganistão e em outras áreas em que tropas americanas enfrentam a ameaça da violência de insurgentes islâmicos.
Para Gates, as revelações podem ter um impacto negativo nas tropas enviadas a zonas de conflito.
Segundo o secretário, nas discussões internas do Governo sobre a conveniência da publicação dos documentos, houve o reconhecimento de que algumas dessas revelações poderiam ser usadas pela Al Qaeda e outros adversários.
Apesar das preocupações, o secretário de Defesa considerou que os detalhes das práticas de interrogação dos EUA não poderiam permanecer secretos, em referência a um relatório publicado na quarta-feira pela Comissão de Serviços Armados do Senado.
“Pensar que poderíamos reter todo isso e manter tudo em segredo, inclusive quiséssemos, provavelmente não seria realista”, explicou.
O secretário defendeu também a postura do Governo de que os agentes da CIA que aplicaram a tortura em interrogatórios não devem ser processados por seus atos.