Um novo vazamento de óleo da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, no sul do estado do Rio de Janeiro, voltou a atingir o Rio Paraíba do Sul, que abastece cerca de 85% da população fluminense. Por causa do acidente, a secretária do Ambiente do estado, Marilene Ramos, determinou a interdição da unidade Carboquímica da companhia. A unidade é responsável pelo tratamento dos gases tóxicos do coque, o combustível que abastece o alto-forno da siderúrgica, para evitar que eles se dispersem na atmosfera.

Na manhã de hoje (7) , a secretária Marilene Ramos seguiu para Volta Redonda a fim de inspecionar a usina e avaliar as medidas que estão sendo tomadas para identificar e conter o vazamento do óleo, que começou no último domingo (2). Segundo Marilene, ao contrário do que aconteceu no início da semana, quando o acidente foi comunicado pela população, desta vez a informação do vazamento partiu da própria companhia.

“De toda forma, achamos que a empresa está escondendo alguma coisa, porque ela está tendo uma atitude pouco cooperativa. Para nós a CSN não está tendo total transparência sobre o que de fato está acontecendo lá dentro, por isso decidimos ir pessoalmente fazer a verificação”, disse Marilene, que foi a Volta Redonda acompanhada do presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino.

Técnicos do Inea estão desde terça-feira (4) na CSN monitorando a mancha de óleo que se formou no Rio Paraíba do Sul. Até o momento, segundo eles, a qualidade da água do rio não foi comprometida, por isso não há necessidade de suspender a captação para o abastecimento público.

A secretária Marilene Ramos acrescentou que os peixes também estão sendo monitorados, mas, segundo ela, as primeiras análises do pescado indicam que o produto que está vazando não apresenta toxicidade imediata e nem provoca morte instantânea dos peixes, como ocorreu com o Endosulfan, que vazou no Rio Paraíba do Sul no ano passado.

A CSN divulgou nota informando que o novo vazamento de óleo ocorreu nas barreiras de contenção instaladas no emissário principal da unidade carboquímica para conter o vazamento registrado no início da semana. Segundo a nota, a CSN instalou novas barreiras para evitar a propagação do óleo.

Quanto à interdição da unidade Carboquímica, a companhia informou que acredita que a medida será revista pelas autoridades ambientais nas próximas horas para evitar prejuízos ao funcionamento da siderúrgica.


int(1)

Secretária acha que CSN “esconde alguma coisa” sobre vazamento de óleo no Rio Paraíba

Sair da versão mobile