Que a crise está ai todo mundo já sabe. Mas qual será que foi o real impacto deste cenário nas empresas brasileiras? Será que foi todo mundo que sentiu os impactos? De que forma o momento atrapalha o pequeno empresário?
Foi pensando nestas perguntas que o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) divulgou uma pesquisa mostrando 63% das micro e pequenas empresas do país passam por dificuldades por conta da crise.
Dentro dos principais impactos da atual conjuntura o destaque ficou para a queda da demanda (em 60% dos casos) e as taxas de juros (para 45% das empresas pesquisadas).
Os empresários apontam que além de estar mais difícil, está mais caro também obter crédito com bancos, já que as taxas estão mais altas, mesmo com as reduções da Selic.
O levantamento também constatou que os empresários sentiram o impacto da alta do preço de produtos importados e também da redução do prazo para pagamento de fornecedores.
No entanto, para apenas 2% dos entrevistados afirmaram ter sentido um aumento da inadimplência de seus clientes.
Apesar do cenário, o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, explicou que o problema do crédito não é exclusividade de tempos de crise. As micro e pequenas empresas possuem dificuldades de oferecer garantias e apresentar todos os documentos exigidos na hora de recorrer a um financiamento.
De acordo com o levantamento, a indústria foi o setor com maior proporção de micro e pequenas empresas atingidas pela crise mundial, com 67%. Em seguida veio o comércio, com 66% e o de Serviços, com 56%.
Para o Sebrae-SP, as fabricantes foram mais afetadas pois dependem mais das exportações e dos empréstimos bancários.
Dentro do setor industrial, os segmentos mais afetados foram os bens de consumo duráveis (máquinas e aparelhos elétricos) e bens de capital (máquinas e equipamentos). São produtos com maior valor agregado e de dependem mais de financiamentos para aquisição.
No comércio, o Sebrae-SP acredita que grande parte do impacto se deve ao efeito psicológico. Com o crédito mais caro, muitos consumidores também deixaram de fazer compras devido as incertezas com o rumo da economia mundial. Isso levou ao cancelamento ou adiamento de compras de longo prazo.