O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), discutiu nesta segunda-feira (24) com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Durante discurso no plenário, Sarney evitou falar sobre a crise até ser questionado sobre as denúncias que envolvem o nome do presidente do Senado e de seus familiares.
“Há ocasiões que, se erros cometemos, é importante reconhecermos. Se Vossa Excelência não se deu conta que alguns procedimentos não foram adequados, seria importante ouvir seus companheiros no Senado sobre algumas coisas que muitos de nós não consideramos o mais adequado e gostaríamos de transmitir isso a Vossa Excelência. O reconhecimento dos próprios erros também é importante”, disse Suplicy.
Irritado, Sarney disse que Suplicy foi deselegante ao aproveitar um comentário em seu discurso para falar da crise no Senado.
“Vossa Excelência coloca neste gesto um gesto que não é de Vossa Excelência. A não ser que tenha sido tomado por paixão política para que tenha desrespeitado as regras da educação e convivência parlamentar. Eu coloquei todas as acusações feitas à minha presidência do Senado. Se Vossa Excelência tiver alguma a apontar, coloque se é da minha primeira presidência, da segunda. Se naquela época não protestou, qual tomamos nos últimos cinco meses se não corrigir o Senado? Mas não quero arranhar a memória de Euclides da Cunha”, afirmou.
Suplicy disse, ainda, que foi cobrado por eleitores a discursar no Senado para pedir novas explicações do presidente da Casa. O petista havia se programado para discursar, mas aproveitou a presença de Sarney no plenário para criticar o peemedebista.
“A situação do Senado não está tranquila, não está resolvida. As pessoas desejam um esclarecimento mais cabal que as dúvidas sobre os conteúdos das representações sejam dirimidas. Eu ouvi discursos de Vossa Excelência, fiquei com muitas dúvidas, gostaria de vê-las esclarecidas”, afirmou o petista.