Sem dúvidas o setor automobilístico é um dos mais afetados pela crise internacional. Isso, principalmente, devido à falta de crédito do mercado, uma vez que os bancos estão com pouca oferta de crédito e o consumidor corta os custos para superar este momento de dificuldade. Uma das saídas das montadoras é buscar uma aliança estratégia ou uma fusão para unirem forças. É o que tem acontecido no caso da Volkswagen e Porsche, além de General Motors, Chrysler e Fiat.
O Brasil é um exemplo de como duas de suas principais fabricantes de carros superaram momentos difíceis nos anos 80. Na época, as operações da Volkswagen e Ford se uniram para reduzir custos de produção e compartilhar tecnologia na América do Sul. O momento era de muita dificuldade, já que as vendas estavam fracas aqui e também na Argentina. Essa união teve origem em 1987 e foi batizada de Autolatina.
A Autolatina foi criada em julho daquele ano e uma de suas principais características foi a criação dos chamados carros gêmeos, para tentar conquistar diferentes segmentos do mercado já nos anos 90. Nessa empresa, a Volks detinha 51% das ações e também era a líder de mercado no país. Para a Ford, essa aliança ajudaria no aumento das vendas.
Um exemplo de carros gêmeos foi o Apollo, pela Volkswagen, e o Verona pela Ford. Na prática, eles eram rigorosamente iguais, mudando somente o nome. O mesmo aconteceu com Santana e Versailles, Quantum e Royale, Logus e Escort etc.
Esse tipo de união é conhecida como joint-venture, que é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado negócio, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica.
Apesar deste tipo de aliança ser muitas vezes benéfica para as empresas, aqui ele gerou uma série de problemas enquanto durou. Isso porque, enquanto as empresas operavam unidas no Brasil, elas eram concorrentes no resto do mundo. Como elas compartilhavam tecnologia por aqui, as matrizes não estavam interessadas em investimentos de longo prazo. Outros fatores que levaram rao fracasso foram a falta de uma rede de concessionárias e também o não fortalecimento de uma marca única.
O fim da Autolatina foi em 1994. Época em que o Brasil vivia um momento de abertura da economia e que a criação do Plano Real possibilitou a invasão de carros importados no mercado. Com isso, as empresas voltaram a operar de forma separada e a concorrer pelos mesmos segmentos.