Quem foi ao Via Funchal na noite de sábado (14) ver a segunda apresentação do Little Joy em São Paulo (eles estiveram por aqui em janeiro, numa apresentação no Clash Club) muito possivelmente saiu com a sensação de ter participado de uma grande festa. Após passar por Porto Alegre e Rio de Janeiro, o trio formado por Fabrizio Moretti, Rodrigo Amarante e Binki Shapiro chegou à capital paulista com jeitão de banda grande, se apresentando numa casa com capacidade para seis mil pessoas.
A noite começou com The Dead Tree, banda do Todd Dahlhoff, baixista que também acompanha o Little Joy. Em seguida, com um show bem competente, Adam Green não decepcionou a parcela do público que estava lá só para vê-lo.
Cinco minutos depois do Little Joy entrar no palco, além do clima de festa entre amigos, outra coisa ficou clara: O show era do Little Joy, mas parecia mais do Amarante. Muito empolgado com a excitação do público, que ovacionou a banda do início ao fim, O ex-Los Hermanos abandonou a reserva e deixou transparecer a alegria de estar ali. São Paulo é mesmo nosso melhor público. Isso aqui espanta até gripe suína, declarou.
Logo no início, Amarante avisou que tocariam três músicas novas, além das onze do seu único CD. Como a gente sabia que ia fazer uma turnê no Brasil, resolvemos preparar umas músicas novas para tocar aqui, contou Amarante. Entre as novidades, estava uma bem em clima MBP e que, segundo a banda, não foi bem recebida pelo público carioca no show apresentado na noite anterior (13) na Fundição Progresso. Vocês foram perfeitos. Eu amo o Rio, disse, ironicamente, Binki.
O trio se apresentou por quase uma hora e se despediu com Dont Watch me Dancing, cantada de forma deliciosa por Binki, com Amarante e Moretti no backing vocal. Fazendo muito barulho, a platéia não sossegou até Amarante voltar, sozinho, para tocar Evaporar, única música em português do álbum. A resposta do público deixou claro quem era mesmo a estrela ali.
Pro bis, o trio apresentou uma versão de Procissão, de Gilberto Gil, seguida pelo hit grudento Brand New Start, com as três bandas juntas no palco. Fabrizio, que mora nos Estados Unidos desde criança, até tentou fazer uma brincadeira em português, mas se enrolou. Ele queria elogiar Adam Green, mas quase não encontrou as palavras. How do you say he is a great performer?, perguntou e logo completou, esse cara é foda.
Se a ideia era presentear os paulistanos com uma noite de curtição entre amigos, tanto no palco como na pista, pode-se dizer que tudo deu certo.
Confira o setlist
No One’s Better Sake
How To Hang a Warhol
Unattainable
Shoulder to Shoulder
All The Hours
Midnight Voyage
With Stranger
I Agree With Your Face
Sambabylon
The Next Time Around
Don’t Watch Me Dancing
Keep Me In Mind
Evaporar
Procissão
Brand New Start
