Nesta quarta (7), o músico Ringo Starr completa 70 anos com muita história pra contar – além de ter sido baterista da banda mais famosa de todos os tempos, os Beatles, participando de toda a carreira fonográfica da banda, o músico lançou 15 álbuns solo. O mais recente deles saiu o ano passado.
Ringo pode ser o Beatle menos lembrado e menos celebrado, mas os números de sua carreira são impressionantes. Embora seus primeiros álbuns como artista solo, Sentimental Journey e Beaucops of Blues, não tenham feito muito barulho, o homônimo Ringo, de 1973, entrou em segundo lugar no Top 200 da Billboard e emplacou três hits nas paradas dos EUA e do Reino Unido.
Sua carreira solo nunca teve muito reconhecimento da crítica especializada devido a seu som saudosista, que tenta resgatar elementos típicos da sonoridade dos Beatles. Mesmo assim, o músico ganhou um prêmio Grammy em 2008, e teve uma homenagem inusitada: um planeta foi nomeado em sua honra.
O Virgula Música selecionou alguns destaques (bons e ruins) da longa carreira solo do músico. Confira abaixo:
Ringo (1973)
Embora seus dois primeiros álbuns até tenham conseguido emplacar alguns hits, foi apenas com Ringo, de 1973, que o músico começou de fato sua carreira longe da influência dos Beatles – embora nunca tenha conseguido se livrar da nostalgia e das temáticas do Fab Four.
Ringo contou com a participação de Paul McCartney, George Harrison e John Lennon e convocou o produtor Richard Perry, que já havia trabalhado com Art Garfunkel e Diana Ross.
O álbum fez sucesso nos EUA e no Reino Unido, sendo relançado em 1991. Foi em Ringo que o músico definiu a sonoridade que iria orientar toda a sua carreira posterior: músicas sobre perda, amor e paz, com arranjos simples e ecos da sonoridade dos Beatles.
Ouça abaixo os singles Photograph e You’re Sixteen
Goodnight Vienna (1974)
O sucessor de Ringo também foi um sucesso de vendas – dois singles, No Song e um cover da música Only You (And You Alone), do The Platters, ficaram, respectivamente, no terceiro e no sexto lugar das paradas dos EUA. Já no Reino Unido o sucesso foi bem menor, com o álbum estreando nas paradas no 30º lugar.
A estranha capa do álbum remete ao filme O Dia em que a Terra Parou, que contava a história de um alienígena que chegava ao planeta Terra para alertar os humanos do perigo da guerra. A temática escolhida por Ringo neste álbum, da pregação da paz e do amor, continuou presente em todos os seus álbuns posteriores.
Logo após o lançamento de Goodnight Vienna, Ringo reuniu os hits de seus dois álbuns solo e lançou a compilação Blast From Your Past.
Ouça abaixo o single No Song e o cover de Only You (And You Alone):
Ringo the 4th (1977)
Ringo não se deu nada bem com Ringo the 4th, que traz influências da disco music a partir de algumas sugestões da gravadora do cantor na época, a Atlantic Records. O álbum foi um desastre de vendas e de crítica e se transformou em um eterno motivo de riso.
Ouça abaixo as hilárias Drowning In The Sea Of Love e Tango All Night:
Time Takes Times (1992)
O fiasco de 4th foi o começo de uma má onda. Seus três álbuns seguintes (Bad Boy, Stop and Smell The Roses e Old Wave) naufragaram. O músico conseguiu retornar em melhor forma com Time Takes Times. O álbum foi quase inteiramente escrito por colaboradores, com Ringo assinando a co-autoria em apenas três faixas.
O álbum investiu no rock de arranjos simples e letras fáceis de decorar de seus primeiros hits, e conseguiu arrancar elogios da crítica especializada. O mesmo não aconteceu com o público, e o álbum não vendeu bem no Reino Unido, com apenas um de seus singles entrando nas paradas em 74º lugar.
Ouça abaixo o single Weight Of The World:
Liverpool 8 (2008)
Após o lançamento de três álbuns praticamente ignorados por crítica e público (Vertical Man, Ringo Rama e Choose Love), Ringo lançou em 2008 o álbum Liverpool 8, que marca o retorno do artista para a EMI – gravadora da qual estava afastado desde o fim dos Beatles.
Embora traga algumas boas músicas, o álbum não conseguiu conquistar o público e entrou nas paradas dos EUA no 91º lugar. Nostalgia é a palavra-chave do álbum, que resgata as memórias dos bons tempos em Liverpool e da saudade da juventude.
Ouça abaixo Liverpool 8:
Y Not (2009)
Ano passado, Ringo lançou sua empreitada mais recente, Y Not, decidindo deixar as inovações de lado para investir em um rock básico, composições com letras simples e melodias fáceis de reconhecer.
A instrumentação do disco é a melhor desde Ringo, de 1973, embora temática do “façamos amor e não guerra” já tenha cansado até mesmo o fã mais fervoroso do músico.
Depois de 40 anos de carreira solo, só em Y Not o ex-Beatle resolveu produzir seu próprio álbum. O trabalho conta com a participação da cantora Joss Stone e de Joe Walsh, do Eagles, além de Paul McCartney.
Ouça abaixo Walk With You (dueto com Paul McCartney) e Who’s Your Daddy (com Joss Stone):