A assessoria do Ministério da Fazenda confirmou há pouco que o ministro Guido Mantega determinou à Receita Federal que reforce os lotes de restituição do Imposto de Renda, em dezembro, para deixar o mínimo possível de resíduos para 2010. Apesar da liberação extra de recursos, alguns contribuintes não serão ressarcidos neste ano.
A alta na arrecadação nos próximos meses, ressaltou o ministério, permitirá ao governo intensificar os pagamentos no fim do ano. A expectativa do governo é que, a partir de outubro, a entrada de dinheiro nos cofres da União volte a subir, compensando a diminuição da arrecadação, em queda pelo décimo mês consecutivo.
De acordo com o ministério, um resíduo ficará para o próximo ano. As sobras de recursos, no entanto, serão maiores que em 2009 mais por causa do aumento na renda do brasileiro do que pela queda na arrecadação. Segundo a Fazenda, a renda mais alta em 2008 (ano-base das declarações do Imposto de Renda enviadas neste ano) aumentou o valor das restituições, assim como o dos resíduos.
Na quinta-feira da semana passada (8), Mantega admitiu que o governo está segurando as restituições por causa da diminuição na arrecadação, que teve queda real de 7,4% de janeiro a agosto de 2009, conforme os dados mais recentes divulgados pela Receita. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na sexta passada (9) que o governo não tem interesse em reter o Imposto de Renda.
Segundo levantamento da Agência Brasil divulgado na última segunda-feira (12), o volume de ressarcimentos de janeiro a outubro caiu 13,23% na comparação com o mesmo período de 2008. O valor passou de R$ 7,378 bilhões para R$ 6,402 bilhões.