A comissão de diálogo do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, informou nesta sexta-feira (16) que o processo avançou em 95% e confia em assinar nesta sexta um acordo que ponha fim à crise política no país.

“Estamos otimistas que teremos um acordo, possivelmente ao meio-dia”, disse a jornalistas Víctor Meza, membro da comissão de diálogo de Zelaya, ao anunciar que as negociações de quinta-feira tinham concluído e que o tema está “avançado em 95%”.

Meza explicou que na quarta-feira (15) o que havia era “um texto único, não um acordo”, que era “como um preâmbulo imediato de um acordo”.

Acrescentou que Zelaya e o presidente interino, Roberto Micheletti, fizeram “observações” ao “texto pactuado” e que “nesse processo” estiveram empenhadas as comissões na quinta-feira.

A jornada se manteve em um total segredo até o final por parte das comissões de diálogo, que estiveram reunidas por mais de doze horas.

“O diálogo não concluiu, a mesa de diálogo segue estabelecida, segue funcionando”, expressou Meza, também ministro de Governo de Zelaya.

Acrescentou que decidiram ampliar o espaço do diálogo, “para conhecer a proposta definitiva do senhor Micheletti”, em uma ação que seria “a última versão de um texto pactuado, antes do meio-dia” de sexta-feira.

“Estamos muito próximos de conseguir um acordo definitivo”, afirmou Meza, quem disse que não pode dar detalhes dos acordos porque existe o compromisso das partes de guardar reserva “para não entorpecer o curso da negociação”.

Ainda descartou a possibilidade de “uma terceira via” para solucionar a crise. “Estamos no Acordo de San José”, acrescentou.

Meza advertiu que se não há um acordo para superar a crise pode haver uma escalada de violência.

“Se não se alcança uma saída negociada, pacífica, democrática, à crise, as consequências serão a ingovernabilidade, a desordem, a intranqüilidade, a convulsão social, que ninguém, nenhum hondurenho, quer para nossa pátria”, expressou.


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Representantes de Zelaya esperam acordo hoje para fim da crise