Os bancos não aprenderam as lições da crise do sistema financeiro internacional que nesta terça-feira completa um ano com o colapso do americano Lehman Brothers, segundo um relatório do Instituto de Pesquisa de Políticas Públicas (IPPR), um centro britânico de análise política.

O IPPR, um “think tank” progressista, indica em seu estudo que a rápida volta à “cultura das gratificações” para os diretores dos bancos demonstra que a reforma no setor foi “muito limitada”.

“Os alarmes deveriam saltar com os primeiros indícios que se voltou à atitude de ‘volta à normalidade’ e que há poucas evidências que os políticos tenham tomado as medidas que assegurem que a próxima recuperação seja mais equilibrada que a última”, afirmou Tony Dolphin, economista do IPPR.

A menos que se tomem medidas urgentes, uma crise bancária como a que começou há um ano nos Estados Unidos não será a última que tenha as mesmas características, se assinala neste relatório, no qual se advoga também por uma maior cooperação internacional.

O IPPR sugeriu que seria importante conceder a nações emergentes como China, Índia e Brasil um papel mais importante nas instituições financeiras internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM).

O objetivo para este instituto de estudos é estabelecer uma série de princípios estipulados pela comunidade internacional que permitam criar um sistema financeiro que opere em benefício da economia global e não das instituições particulares.

No que se refere às bonificações aos banqueiros, o IPPR considera que será crucial uma mudança para prevenir no futuro a tomada de decisões excessivamente especulativas e arriscadas, e confia em que a cúpula que o G20 realizará nos dias 24 e 25 em Pittsburgh (EUA) aprove medidas eficazes ao respeito.

Neste sentido, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse em entrevista à BBC no aniversário da quebra do Lehman Brothers que os líderes do G20 têm a determinação de “terminar a tarefa ainda não concluída” de reestruturar o funcionamento dos bancos, incluindo a normativa referente às gratificações.


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Relatório diz que Bancos não aprenderam lições da crise um ano depois