Quarenta servidores da Receita Federal, lotados nas superintendências de São Paulo e do Rio Grande do Sul, já apresentaram pedidos de demissão, dando seqüência à série de cortes que teve início com a demissão da ex-secretária Lina Vieira e, desde o início da semana, já levou seis superintendentes regionais a abrirem mão dos postos, com alguns sendo exonerados pelo novo secretário, Otacílio Cartaxo.
Os 40 servidores estão divididos entre 25 da 8ª Região (São Paulo) e 15 da 10ª Região (Rio Grande do Sul), de acordo com as respectivas superintendências. Das outras regiões, duas não informaram se há ou não qualquer pedido de demissão (2ª Região, que envolve AM, AC, RO, RR, PA e AP, e 5ª Região, responsável por BA e SE).
As seis demais, que são a 1ª Região (DF, MT, MS, GO e TO); 3ª Região (MA, PI e CE); 4ª Região (RN, PB, PE e AL); 6ª Região (MG); 7ª Região (RJ e ES); e 9ª Região (PR e SC), não receberam qualquer pedido do tipo e, em todos os casos de demissão, os servidores perderão as gratificações por ocuparem cargos comissionados, mas seguirão trabalhando na Receita, uma vez que são servidores concursados.
No Rio Grande do Sul, o superintendente-adjunto da 10ª Região, Marcelo Ramos Oliveira, admitiu que também colocou o cargo à disposição, mas revelou que todos os servidores podem retomar os cargos se receberem ma boa proposta de trabalho por parte do secretário.
Já em São Paulo, teriam pedido demissão sete pessoas do gabinete do superintendente, quatro chefes de divisão, 11 delegados e três inspetores, sendo que as exonerações dependem de Cartaxo.
No plenário do Senado, os líderes do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e do DEM, José Agripino (RN), pediram que o Senado ouça os servidores que pediram para deixar os cargos, sob a alegação de que “essa gente toda se entrega no sacrifício para corroborar uma mentira? Ou essa gente tem absoluta convicção de que a verdade está com a doutora Lina? É obrigação desta Casa ouvir aqueles que se solidarizaram a ela”, de acordo com Virgílio. José Agripino ainda completou que “não é possível que essa onda inédita de demissões com justificativas por escrito do uso da Receita Federal para fins políticos tenha ocorrido após a saída da Lina. Que os diretores que saíram venham aqui se explicar”.