Pelo menos 140 pessoas morreram, 816 ficaram feridas e “centenas” foram detidas por causa dos protestos da etnia muçulmana uigur em Urumqi, capital da região ocidental chinesa de Xinjiang, informou nesta segunda-feira (6) o Departamento de Segurança regional.
A Polícia “deteve vários centenas de participantes, incluindo mais de dez figuras-chave que provocaram os distúrbios” em Xinjiang, onde a metade da população pertence à minoria uigur, de língua turcomana, assinala um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua.
As manifestações começaram no domingo (5) à tarde, de forma pacífica, segundo testemunhas e grupos uigures no exílio, como protesto pela morte de dois uigures em uma fábrica de brinquedos do sul do país.
Segundo as autoridades regionais, “gente comum e Polícia armada ficaram feridos durante os distúrbios, enquanto veículos e lojas foram atacados e queimados”.
Desde ontem à noite, testemunhas estão publicando vídeos e fotos do protesto em páginas da internet que foram censuradas poucas horas depois.
Alguns indicam em seus blogs na internet que foram uigures de fora da capital que incitaram o protesto, ao atrair milhares de pessoas para uma manifestação na Praça do Povo, até que, “sem saber o motivo, em pouco tempo chegou a Polícia”, explica Wenni, em seu blog.
Segundo esta testemunha, a Polícia freou o protesto e em breve controlou a situação, mas então começou a ouvir uma série de explosões desde outro ponto da cidade, o mercado de Erdaoqiao.
O Governo de Xinjiang, cuja metade da população de 20 milhões são uigures que chegaram há séculos, acusa o líder uigur no exílio, Rebiya Kadeer, candidata ao prêmio Nobel da Paz, de ter instigado os protestos através de mensagens na internet.
Kadeer, uma empresária uigur que chegou a fazer parte do Parlamento chinês, é uma dos líderes do Congresso Mundial Uigur, organização que defende os direitos dos uigures e que clama pela independência da região, aonde as tropas comunistas chinesas chegaram em 1949.
