Uma cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean)
foi neste sábado cancelada e alguns de seus dirigentes tiveram que sair
de helicóptero, depois que os manifestantes atacaram a sede do encontro
para exigir a renúncia do Governo da Tailândia.

Por causa da invasão e dos confrontos travados na rua, o primeiro-ministro tailandês, Abhisit
Vejjajiva, chegou a declarar estado de exceção na cidade de Pattaya e ordenou
que seu Governo adotasse medidas para garantir a segurança das
autoridades.

Quase
a metade dos dirigentes saiu de helicópteros pelo terraço do luxuoso hotel escolhido como sede. O primeiro a ser retirado foi Vejjajiva, que recebeu os outros dirigentes, como os primeiros-ministros de Mianmar e
do Vietnã, assim como a presidente das Filipinas. O chefe de Estado indonésio, os presidentes da China, da Coreia do
Sul e o primeiro-ministro japonês, Taro Aso,
também deixaram a Tailândia, após ficarem presos nos respectivos hotéis.

A
desordem tomou conta da cúpula quando cerca de 300 críticos ao Governo
tailandês ultrapassaram o cordão policial,
quebraram os vidros do primeiro andar do edifício e invadiram o recinto
onde estavam reunidos vários líderes da Asean.

“Abhisit tem que
renunciar, não representa o povo tailandês, porque não foi eleito
democraticamente. Exigimos eleições antecipadas”, disse aos jornalistas
Pichet Suksindatch, um dos líderes dos manifestantes partidários do
ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto no golpe de Estado cometido em
2006 pelos militares.

Antes,
os manifestantes conseguiram forçar o cancelamento da reunião que os
ministros de Assuntos Exteriores da China, Coreia do Sul e Japão
pretendiam manter em outro hotel da cidade para abordar a crise causada
pela Coreia do Norte após o recente lançamento de um foguete.
O
cancelamento da cúpula foi outra demonstração da profunda divisão existente na
Tailândia desde o levante que tirou do poder Shinawatra, que está no
exílio e foi condenado à revelia a dois anos de prisão por crime de
corrupção.

O Governo da Tailândia, que ocupa a Presidência rotativa
da Asean, afirmou que tentará realizar novamente a reunião com China,
Coreia do Sul, Japão, Austrália, Nova Zelândia e Índia em agosto. Durante
a reunião em Pattaya, a Asean tinha previsto assinar tratados de
livre-comércio com a China e a Índia, os dois maiores mercados do mundo.


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Protestos ameaçam segurança de Cúpula e governo da Tailândia cancela reunião com líderes asiáticos