Quem fala mal da música eletrônica, nunca viu uma apresentação ao vivo dos britânicos do Prodigy. Explosivo, energético, cheio de vitalidade e experiência, o trio inglês ensandeceu a plateia carioca mesclando perfeitamente seus velhos hits com as músicas do mais recente álbum Invaders Must Die, enquanto os fãs enlouquecidos dividiam a muito custo os lugares mais próximos da grade do Citibank Hall da Cidade Maravilhosa.
Entre gritos animados e passos de dança pouco ortodoxos, os fãs se acotovelaram para ver de perto a quinta apresentação do grupo em terras tupiniquins. O trio, acompanhado de um competente guitarrista e de um grande baterista, colocou os cariocas para dançar com os graves mais altos que um humano pode suportar, entre velhos sucessos e novas empolgantes batidas do mais novo disco.
Breath, Firestarter, Your Love, Smack My Bitch Up, Omen, Invaders Must Die, Vodoo People Não há muitas palavras para descrever o poder dessas faixas em uma pista, que ficava perdida e não sabia ao certo se agitava como em um show de punk rock ou se pulava frenéticamente como nas clássicas raves britânicas, perdidas no tempo em uma era de psytrance ou algo que o valha.
Flint e Maxim tomaram conta da plateia mais uma vez, assim como em todas as catárticas passagens da banda pelo país. Para alguém como eu, que até hoje não esqueceu do poder destrutivo que o trio mostrou em sua última passagem pelo falecido festival Skol Beats, ver o Prodigy em uma situação tão confortável como na casa de shows fluminense é uma enorme satisfação.
Sem risco de ser pisoteado pelo hipnotizado público presente na Barra da Tijuca, a variedade de diferentes estilos presente no local impressionou este reporter. Entre estrangeiros, patricinhas, funkeiros e fãs de metal, não houve sequer um princípio de confusão enquanto o pau, literalmente, quebrava em cima do palco.
Um “bis” só com Take me to The Hospital e Out of Space? Perfeito para a exausta audiência,que cantou a plenos pulmões em todas as oportunidades que teve, improvisando coros pouco publicaveis nos intervalos e não poupando esforços enqunto pulava como se não houvesse amanhã a cada estímulo dos mestres ingleses.
Uma viagem de 400 km em meio a um congestionamento gigante na rodovia Presidente Dutra ainda compensaram cada segundo da minha viagem até o Rio. Ver esses caras de perto mais uma vez foi realmente um privilégio especial, ainda mais ao ver que depois de quase 20 anos, esses três malucos ainda tem tanto gás assim.
Incendiários. Só um adjetivo como esse pode mostrar o impacto de um set do Prodigy na vida de um fã. Os veteranos que se renovam a cada oportunidade fizeram o que sabem fazer melhor, mais uma vez, dando aula de eletrônica hardcore para os mais iniciantes e matando a vontade dos antigos admiradores dos petardos de Liam Howllet.
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