O príncipe Charles da Inglaterra advertiu ontem (27) em discurso na Câmara dos Deputados italiana, em Roma, que restam apenas 99 meses de luta contra a mudança climática antes que se “chegue a um ponto irreversível”.
Charles, que visita Roma junto a sua mulher, Camilla, pediu a rejeição “do modelo convencional” e a criação de um novo sistema de valores para “resolver o problema da mudança climática”.
O príncipe afirmou que antes do fim do ano “a família das nações do mundo” terá que “acordar um modo para deter ou para reverter a tendência do crescimento das emissões de CO2”.
“À alta do nível do mar e à degradação das águas doces se somarão os efeitos de fenômenos climáticos extremos que comportarão danos ao território e terão impacto negativo sobre os cultivos”, advertiu o príncipe no discurso, que durou mais de 30 minutos.
Por isso, o príncipe Charles insistiu na necessidade de um “acordo sobre a mudança climática, que seja verdadeiramente global e que se baseie na confiança”.
“Haverá decisões difíceis de ser tomadas, especialmente para as indústrias que têm um alto consumo energético, mas se quisermos deixar a nossos filhos um mundo habitável, temos que atuar imediatamente”, concluiu.
Por outro lado, Charles comentou que tinha se surpreendido “favoravelmente” com a oferta recebida do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, de discutir durante as reuniões do Grupo dos Oito (G8, que reúne os países mais industrializados e a Rússia) o tema do desmatamento.
Charles também se referiu durante seu discurso às vítimas do terremoto que em 6 de abril devastou a região de Abruzzo, no centro da Itália, ao assegurar que estão presentes em seus “pensamentos e em suas rezas”.
O presidente da Câmara, Gianfranco Fini, presenteou o príncipe Charles com um mapa de Gales do século XVIII, enquanto o herdeiro ao trono britânico lhe deu um abridor de cartas de prata.
Hoje, Charles e sua esposa também foram recebidos pelo papa Bento XVI no Vaticano, onde conversaram sobre a defesa do meio ambiente e a importância do diálogo intercultural e inter-religioso.
Amanhã termina a estadia de Charles e sua mulher em Roma, com uma reunião do príncipe e com a patronal italiana Confindustria sobre o papel das empresas na luta contra a mudança climática.
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