Dois detetives da Polícia de São Paulo foram presos hoje, acusados de terem extorquido integrantes da organização comandada no Brasil pelo narcotraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadia, que foi extraditado para os Estados Unidos há um ano.
Os policiais estão sendo investigados por ter feito parte de grupos criminosos que exigiam dinheiro do narcotraficante conhecido como “Chupeta” e um dos mais procurados no mundo então, em troca da permissão de permanecer em liberdade no Brasil, informaram hoje fontes oficiais.
Os detidos fazem parte de um grupo de cinco detetives contra os quais foram expedidas ordens de captura na sexta-feira, em uma operação de investigação realizada pelo escritório de assuntos internos da Polícia Civil de São Paulo.
O chefe da Divisão de Crimes Internos da Polícia Civil, o comissário Paulo Caetano Filho, assegurou, em entrevista coletiva, que há quatro investigações abertas sobre os cinco policiais, para identificar e sancionar agentes que exigiam dinheiro ao colombiano, para não prendê-lo.
Os cinco envolvidos serão processados pelos crimes de extorsão, extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. “Esses fatos quase não foram conhecidos depois da detenção de Abadia. As investigações começaram em agosto de 2007, quando o colombiano, ao ser detido, denunciou que tinha sido extorquido por policiais brasileiros”, assegurou Caetano Filho.
“Todos os policiais que tiveram alguma responsabilidade, independentemente do grau, estão sendo investigados. Os maus policiais serão expurgados”, acrescentou.
Pelo menos 20 pessoas estão sendo investigadas pelas extorsões, 17 delas são policiais e os 3 restantes informantes da Polícia.
Segundo Caetano Filho, um dos detetives detidos é acusado de ter sequestrado um piloto que trabalhava para Abadia e exigido uma motocicleta em troca para libertá-lo.