O presidente da República Tcheca, Vaclav Klaus, disse nesta quarta-feira, em Praga, que seria “um êxito” que a cúpula sobre a mudança climática em Copenhague fracassasse e não definisse nenhuma medida.
O líder tcheco disse que seria “um êxito” que não fosse decidir nada nessa reunião da ONU, que contará com a presença de pelo menos 98 chefes de Estado e de Governo, e que acontecerá na capital dinamarquesa de 7 a 18 de dezembro.
As declarações durante a visita a Praga do presidente grego, Carolos Papoulias, foram o único ponto de desencontro entre os dois líderes.
O presidente tcheco é conhecido por suas críticas ao que ele denomina de “ideologia ambiental”, e seu ceticismo sobre as provas que atestam o aquecimento global, supostamente produzido pelo homem.
Seus argumentos estão no livro Blue Planet in Green Shackles (Planeta Azul em Algemas Verdes, em tradução livre), no qual defende que, com a mudança climática, são destruídos os valores liberais e se introduz um novo tipo de ideologia totalitária camuflada no ambientalismo.
As polêmicas posturas de Klaus ressoaram em 2007 na própria sede da ONU em Nova York, durante uma sessão sobre o aquecimento global, na qual denunciou o que considera o mito da mudança climática, devido à falta de provas conclusivas.
Semanas depois, o político conservador criticou também a concessão do Prêmio Nobel da Paz ao ex-vice-presidente americano Al Gore e ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.
Copenhague
A cúpula de Copenhague é esperada pela comunidade internacional como um passo crucial para conseguir uma resposta global à ameaça da mudança climática causada pelas atividades humanas.
O objetivo principal é conseguir um documento vinculativo, sucessor do Protocolo de Kyoto (1997), que comprometa ricos e pobres a contribuir para a redução das emissões poluentes, a fim de manter o aumento das temperaturas neste século abaixo dos 2 graus centígrados, um nível considerado perigoso.