Querendo ou não, uma hora o vestibular chega e coloca à prova os meses de preparação ou ócio. Nessa ocasião, há quem elabore técnicas mirabolantes de chute ou reze terços à Santa Filomena, padroeira dos estudantes. Brincadeiras à parte, o exame é que decide o futuro do vestibulando, discriminando se ele está ou não apto a cursar a faculdade desejada. Diferente do que se pensa, se preparar para a prova não é nenhum bicho de sete cabeças.
“O grande erro dos vestibulandos é ter pressa e acabar só ‘passando os olhos’ nas matérias”, conta José Carlos Martins da Silva, psicólogo, pedagogo e diretor do Colégio Friburgo. Ele ainda aponta que o que é pedido no exame não é nada inumano. “O vestibular só cobra do aluno a leitura, a compreensão textual e o estabelecimento de relações entre o conteúdo. Não é preciso ter o domínio do tema tratado”, diz.
Unanimidade entre educadores, a elaboração de uma rotina de estudos regrada é fundamental para quem está determinado a conquistar a vaga. José Carlos recomenda um mínimo de 4 horas de estudos à tarde, para quem ainda cursa o Ensino Médio, e de 6 à 7 horas para quem está no cursinho. “É importante lembrar que essa rotina deve ser de Segunda a Domingo, não importa se o aluno quer prestar medicina ou letras”, afirma o diretor.
Mas mesmo os mais preparados sucumbem em meio à maratona de provas que acontece entre os meses de novembro e dezembro ou no meio do ano. Para Renato Marques Gonçalves, professor de geografia e coordenador pedagógico do cursinho Inteligente Vestibulares, esse é o momento decisivo. “O aluno precisa entender que esse é um ano diferente na sua vida. Deve se conscientizar desde o começo de que vai ocorrer esse acúmulo, e se preparar fazendo inúmeros simulados”, conta.
Mais do que estar ciente dessa maratona, é aconselhável que o vestibulando tome algumas medidas diferenciadas às vésperas das provas. Renato afirma que “conforme o exame vai se aproximando, é o momento de frear os estudos. É melhor o aluno somente assistir às aulas, evitar qualquer forma de stress e começar a relaxar. Assim o ele diminui a possibilidade de dar um branco”.
Como todo vestibulando sabe, pedir calma numa hora dessas é muito mais fácil do que fazê-lo. Para relaxar sem perder o foco, Renato sugere “uma peça de teatro, um show, um filme no cinema ou uma boa literatura. Assim o estudante vai arejar a cabeça ao mesmo tempo em que adquire uma cultura que será um diferencial tanto no vestibular quanto na faculdade. Não é porque você está prestando vestibular que você vai se alienar do mundo”.
No final das contas são aprovados aqueles que conseguem manter uma boa rotina de estudos e apresentar um maior percentual de tranquilidade.