Jean-Max Bellerive, premiê haitiano, disse para a rede de televisão norte-americana CNN que pode passar de 100 mil o número de haitianos mortos em decorrência do forte terremoto, de 7 graus na escala Richter, que sacudiu o país e, principalmente, a capital Porto Príncipe no início da noite desta terça-feira.
Caso este número seja confirmado, o Haiti teria perdido 1% de sua população na tragédia. O Brasil já confirmou 12 mortes, de 11 militares que trabalhavam na Missão de Paz da Organização das Nações Unidas e de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança.
Como os serviços de telecomunicações foram atingidos, não há dados precisos sobre a quantidade de vítimas e a extensão dos danos.
Enquanto o embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, pediu ajuda da comunidade internacional (com vacinas, equipamentos pesados e remédios) para a busca por sobreviventes e a retirada de corpos presos nos escombros, a Força Aérea Brasileira já prepara o envio de oito aviões para Porto Príncipe, especialmente com água e alimentos para a população.
O Chile também anunciou que enviará ajuda para o país latino-americano, com a presidente Michelle Bachelet assinando nota em que confirma que “junto com o envio de um avião com o que se necessita no Haiti, vou enviar um Delegado Presidencial que foi o primeiro chefe da Minustah, Juan Gabriel Valdés”.
Falando durante a sessão diária do Conselho Permanente da Organização das Nações Unidas, Duly Brutus, embaixador do Haiti na OEA, garantiu que as perdas materiais são consideráveis, evitando estimar a quantidade de mortos (citou apenas a possibilidade de milhares de vítimas) e pedindo ajuda da comunidade internacional.
Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) afirmou, durante a tarde, que ao menos 115 estrangeiros que viviam no país estão desaparecidos, ainda que, pela ausência de informações, o total pode chegar a 200. Byrs explicou ainda que estamos também muito preocupados com nossos porta-vozes locais”.
O Fundo para Segurança de Risco de Catástrofes do Caribe explicou que, com base apenas em dados preliminares sobre a extensão do tremor e sobre a quantidade de vítimas, o Haiti teria direito (em duas semanas) a receber aproximadamente US$ 8 milhões de indenização, valor que seria 20 vezes superior ao prêmio para cobertura de terremoto do Haiti, na casa de US$ 385 mil.