Provar que brasileiro tem memória curta é difícil se o assunto for
televisão. Raramente alguém se esquece do vilão da novela ou dos
ganhadores de Big Brother. Cantores revelados em concurso de calouros
também grudam na cabeça. O tenor Rinaldo e os cantores Leilah Moreno e
Robinson – que passaram pelo programa Raul Gil – são exemplos. O grupo
infantil Mulekada também. Afinal, em que pé estão suas carreiras hoje
em dia?

As crianças cresceram e desmancharam o grupo formado em 98, que vendeu
300 mil CDs. Julyana Lee, Tatiana Ruiz e Kleber Ramos, conhecidos como
versão mirim do É o Tchan, estão em plena adolescência. Julyana canta,
Tatiana tornou-se atriz e Kleber apresentador, tendo trabalhado para o
Nicklodeon e o programa Turma do Pererê.

Robinson, revelado em 2001 chegou a vender 1,5 milhão de discos logo na
estreia e aprofundou sua vocação cristã. O cantor que sempre foi
envolvido em atividades das igrejas evangélicas passou a gravar só
músicas gospel. Satisfeito com a guinada petencostal, Robinson também
dá palestras para pregar a sua fé.

Rinaldo foi outro peso-pesado de 2001. Seus dois primeiros CDs somaram
juntos 1 milhão de cópias vendidas. Nessa ocasião Rinaldo ainda cantava
com Liriel, sua parceira no programa de calouros. Agora, com a crise
dos discos, Rinaldo mais vê o sucesso pelos eventos aos quais é chamado
para cantar. Em casamentos, faz até participação especial em corais.
Para atender o público vai das óperas a música popular de Guilherme
Arantes
ou Frank Sinatra.

Desses anos, Rinaldo traz mais prudência. “Cuido melhor da voz e tenho
estudado mais”, declara. O tenor toma aulas duas vezes na semana com a
professora Irene Karam e fica de olho nos empresários que lhe
representam. “É importante o empresário enxergar o lado do artista, que
é sensível e não está fazendo tudo só pelo dinheiro. É preciso ser
amigo do artista, cuidar dele”, diz.

Também em shows se concentra Leilah Moreno, que passou pelo programa em
2002. Agora, ela acaba de fechar residência no Buddha Bar, espécie de
boate dentro da Daslu. Ela vai cantar em cima de bases manipuladas por
computador que ela mesma faz: “Adoro descobrir programas novos e uso
muito o software Sound Forge”.

Quando participou do programa, Leilah morava longe da capital. Com a
boa repercussão mudou-se para São Paulo, gravou três discos e foi
chamada a integrar a banda Altas Horas, do programa de Serginho
Groismann. “As gravações estão rolando duas vezes por semana por causa
do fim de ano”, conta. A familiaridade com câmeras rendeu para Leilah
participações no cinema. Atuou no seriado Antônia e no filme Quanto
Dura o Amor.

Da vida de caloura sobrou apenas o programa que Leilah gosta de
assistir na tevê. “Acompanhei o American Idol, mas não vi Fama, nem
Ídolos. Acabo me envolvendo, chorando junto com as etapas”.

A vida de calouro pode ser mesmo dramática, mas para bravos como Rinaldo e Leilah o final foi mais que feliz.


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Por onde andam os calouros do programa Raul Gil