O consumo de cocaína por parte dos empregados da “City”, como é conhecido o centro financeiro de Londres, aumentou consideravelmente no último ano devido à ansiedade e ao temor das demissões por causa da crise econômica. As informações são do jornal londrino Evening Standard.

O jornal recolhe os dados da organização Life Works, dirigida pelo ex-financeiro Don Serratt e que trabalha com viciados do bairro financeiro britânico, segundo a qual no trimestre até setembro passado foram atendidos 25% mais viciados que no mesmo período do ano anterior.

Segundo Serratt, centenas de empregados da “City” recorrem à droga para aliviar a ansiedade e o medo provocado pela possibilidade de perder seu trabalho.

O antigo banqueiro, que foi viciado em álcool e drogas, explica que no mundo das finanças não se costuma admitir a dependência até o momento que elas começarem a prejudicar o trabalho, razão pela qual o aumento do consumo se nota agora e não no começo da crise.

Serratt, que trabalhou para o Bear Sterns e o Creditanstalt, critica as empresas por não impedir a escalada do consumo, e adverte que os que recorrem à droga para atenuar sua ansiedade podem se ver presos a ela.

“Muitos empregados de bancos de investimento são pessoas dependentes da adrenalina porque trabalham cem horas por semana, e muitas delas são viciados em coca e em ‘speed'”, assegura.

“Um viciado com ansiedade, quanto mais ansioso fica mais coca consome, e quanta mais coca consome mais ansioso fica. É uma espiral ascendente”, resume Serratt, de 46 anos, que pede às companhias que façam um esforço para detectar o problema antes que seja tarde.


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Por causa da crise, consumo de cocaína aumentra entre executivos britânicos

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