Policiais civis do Rio de Janeiro prenderam na quinta (27), na Baixada Fluminense, dez membros da milícia conhecida como Bonde do Jura, tida como a principal da região e cujos membros são acusados de terem cometido mais de 100 assassinatos.
A operação também contou com policiais militares do Rio de Janeiro e integrantes da Polícia Federal. O nome da milícia faz alusão ao policial militar, Juraci Prudêncio, chefe do grupo criminoso.
Em declarações à Agência Brasil, o delegado substituto da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Alexandre Capote, disse que a quadrilha é formada por nove policiais militares, um ex-policial militar e quatro seguranças particulares.
Capote também relatou que o grupo atuava em várias cidades da Baixada Fluminense em atividades como a venda de botijões de gás, conexões clandestinas de televisão a cabo, segurança irregular e transporte alternativo, contando inclusive com 60 vans e kombis.
O Bonde do Jura é tido como o responsável pelas morte de mais de 100 pessoas, como membros de milícias rivais, testemunhas de seus crimes e moradores das localidades em que atuavam, além de um policial civil.
A Polícia também descobriu fortes vínculos de Juraci com outra milícia, a liderada pelo ex-deputado estadual fluminense Natalino Guimarães, atualmente preso no Mato Grosso do Sul.
“Era uma quadrilha fortemente armada e organizada, praticando atos típicos de milícia. Há indícios fortes de que aconteceram vários homicídios, tendo como alvos líderes comunitários, população local e outros milicianos que não aceitaram formar um consórcio com o Bonde do Jura”, contou Capote em entrevista à Agência Brasil.