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Placebo – Battle for the Sun

 

Talvez tenha sido na busca pelo sol que o Placebo tenha
perdido grande parte do seu brilho. Em Battle for the Sun,
sexto disco da banda que foi lançado no início de junho, o trio mostra um lado
mais tranqüilo e pop, que em muitas faixas beira o glam rock: ouça, por
exemplo, Bright Lights e The Never Ending
Why
.

 

No álbum, é difícil encontrar vestígios do Placebo que
criava músicas enérgicas e densas, como na época de Without I’m
Nothing
e Black Market Music.  A banda sempre se saiu melhor ao mostrar o
seu lado mais sombrio, talvez por esse ser mais sincero e autêntico. Breathe
Underwater
e Come Undone são as faixas que mais lembram os velhos tempos do
grupo.

 

Produzido por Dave Bottrill e mixado por Alan Moulder, o
disco também mostra um Placebo com bases mais eletrônicas, com direito a batidas
sintetizadas e teclados. A banda se sai bem nesses momentos, como na faixa
Julien ou no primeiro single do álbum, For What
It’s Worth
. Mas uma das melhores faixas é Ashtray
Heart
, que parece marcar a passagem da sonoridade do velho para o
novo som do grupo, mais pop e acessível.

 

Battle for the Sun é o primeiro disco do
trio sem o baterista Steve Hewitt. As batidas,
perceptivelmente mais simplificadas, estão sob o comando de Steve
Forrest
, ex-Evaline. O álbum também marca uma das primeiras
experiências do Placebo na era digital: de 29 de maio a 1 de junho, em seu site
oficial, a banda disponibilizou o disco na íntegra em streaming.
(Bárbara Stefanelli)

 

Diogo Nogueira – Tô Fazendo Minha Parte

 

Diogo Nogueira, filho do aclamado sambista João Nogueira,
acaba de lançar Tô Fazendo Minha Parte, seu segundo CD (primeiro de estúdio). Diferentemente
do anterior, que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Multishow de Música
Brasileira de 2008 na categoria Revelação do Ano, o disco não traz grandes
novidades no cenário do samba.

Os pontos fortes de Tô Fazendo Minha Parte são os coros, a percussão e a ótima
e afinada banda Olho de Tigre, que faz o acompanhamento. Em termos de
repertório, o disco traz uma obra-prima: Sou Eu, canção de Ivan Lins
e Chico Buarque, que engrossa o coro na música. Outra faixa que surpreende positivamente é Não Dá, composta
por Wilson das Neves e Arlindo Cruz.

A boa interpretação do sambista no clássico
Malandro é Malandro, Mané é Mané, imortalizada por Bezerra da Silva – assinada
por Neguinho da Beija-Flor e parte da trilha sonora da novela Caminho das
Índias
– , prova novamente sua capacidade em fazer sucesso com releituras de
músicas já conhecidas.

Na primeira faixa de seu novo trabalho, Diogo canta que está “fazendo a sua
parte” e “um dia chegará lá”. Só que o caminho é bem longo para o carioca,
apadrinhado por grandes nomes da música nacional, mas que ainda não conseguiu
explorar todo o seu potencial. (Luciana Carvalho)

 

Envydust – Um

 

No álbum Um, o Envydust traz uma sonoridade totalmente inédita em se tratando de bandas
brasileiras: um heavy metal ao mesmo tempo porrada e melódico, com ecos de new
metal, hardcore, emo e outros estilos. Mas ser o pioneiro é bom e ruim. Os pontos
positivos: quem gosta de um som berrado vai curtir o disco. Os negativos: quem
não estiver habituado com guitarras pesadíssimas, letras que fogem ao clichê e berros
quase death metal terá dificuldade para ouvir as músicas.

 

Ao longo das 14 faixas do álbum,
a banda paulista oscila de um extremo ao outro com toda facilidade possível. De
um lado, ouvem-se toneladas de peso e muita garganta para os berros longos e
intensos de um dos vocalistas (Daniel). Do outro, timbres leves, frases
poéticas e a voz graciosa do outro cantor (Max). Outro diferencial do Envydust
é ser uma banda quase sem refrões: as letras vão se desenrolando, mas não há trechos
repetidos.

 

Comparado a bandas como The Used
e Avenged Sevenfold, ícones do chamado screamo, o Envydust tem como único ponto
em comum os tais berros. No entanto, o CD não tem o amor como principal referência
de suas letras: veja, por exemplo, o trecho de Senhoras e Senhores: “Ousa
considerar-se bom? Sempre quis rebaixar… Aberrações? Vamos ver quem é mais
forte”.

 

O encarte do disco, lançado pelo selo Travolta Discos, traz imagens um tanto quanto fora do comum – seres humanos
com cabeça de porco e avião
com  braços em lugar de asas, por exemplo – e letras que ora são enormes ora
tão pequeninas que é necessário apertar os olhos. Tão incomum quanto a própria sonoridade
do Envydust, que deve causar estranheza para os ouvidos acostumados ao emocore das bandas mais populares do rock nacional na atualidade, mas é um
prazer para quem curte sons mais violentos. (Letícia Flores)


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