A cidade de Pittsburgh amanheceu cinzenta na quarta (23) e em meio a grandes medidas de segurança para receber os líderes do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes), que terão hoje um jantar de trabalho em um emblemático edifício ecológico e que se reunirão no centro de convenções mais “verde” do país.

O jardim botânico Phipps, sede do jantar, é um edifício de vidro de origem vitoriana construído em 1893, considerado o “coração verde de Pittsburgh” e um modelo de inovação ecológica.

Suas instalações se transformaram em um símbolo da transformação de Pittsburgh, capital durante décadas da indústria siderúrgica dos EUA, na qual durante anos só eram possível ver o sol quando os empregados metalúrgicos estavam em greve.

A crise do setor siderúrgico forçou a cidade a se reinventar, o que a levou a apostar na pesquisa em áreas como a biomedicina e a desenvolver uma consciência ambiental.

O Centro de Convenções David L. Lawrence, que recebe milhares de jornalistas e será a sede da cúpula dos líderes do G20, é outro exemplo desse esforço ecológico.

Construído em 2003 às margens do Rio Allegheny, o edifício, que custou US$ 375 milhões, tem um sistema de ventilação natural que utiliza as correntes de ar fresco do rio para os sistemas de ar condicionado.

Os gerentes do centro levaram esse espírito ecológico até a cozinha, onde são usados sacos plásticos biodegradáveis e onde as sobras de alimentos servem como adubo orgânico.

A água do imóvel também é reciclada para ser reutilizada nos banheiros.

É preciso ver se esse espírito “verde” contagiará o país anfitrião da cúpula, os Estados Unidos, que se mostram reticentes a adquirir um compromisso firme na luta contra o aquecimento global, resistência que gerou atritos com seus parceiros europeus.


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Pittsburgh recebe líderes do G20 em edifícios "verdes"