Nem magrinha, nem gorda. O que acontece quando as mulheres – especialmente as brasileiras – caem no “limbo do manequim”, sem saber se vestem 44, 46, 48 ou algum número no meio desses? Achar uma roupa que seja bonita e que, ao mesmo tempo, não fique esquisita – nem apertada e nem muito folgada – geralmente se torna um martírio para quem precisa sair em busca de novas peças para o guarda-roupa.

Cansada de viver nesse dilema, uma das inúmeras mulheres com numeração de roupa indefinida resolveu chamar para si a responsabilidade de mudar esse panorama: a sócia da marca Ilus3, Beth Viveiros, lançou na internet a pesquisa Plus Size, Eu?, feita para tentar traçar o perfil e as necessidades das brasileiras. A pesquisa, que tem apenas algumas semanas, já é considerada um sucesso. “Comecei há 17 dias e já recebi mais de 500 respostas, todas elas de chorar. As mulheres não estão só colocando suas medidas no questionário, estão contando suas histórias”, revelou Beth, que viu que não está sozinha nessa empreitada.

Pelo direito de escolher

Quem está fora dos padrões sabe que a saída para encontrar uma roupa legal nunca é fácil: garimpar por horas em diversas lojas para encontrar, na maioria das vezes, roupas que não agradam, mas que acabam servindo. “Uma das perguntas do questionário é sobre a loja preferida dessas mulheres, mas a resposta é sempre a mesma: ‘não tenho, compro o que cabe’”, revelou.

As respostas serão tabuladas para facilitar o trabalho na próxima etapa de Beth: desenvolver roupas baseadas nesses modelos. A sócia da Ilus3 ainda não sabe se vai usar o nome da loja de camisetas para alavancar sua nova coleção que, de acordo com as respostas do questionário, pode até se tornar maior do que ela mesma esperava. “Eu não inclui duas coisas que muitas mulheres mencionaram ter dificuldade para encontrar: sapatos e lingerie. Talvez eu possa incluir esses acessórios na coleção”.

O que importa mesmo é que a iniciativa pode ajudar as mulheres a terem suas curvas valorizadas, independente da numeração que usam. Beth Viveiros afirma que mesmo a moda estrangeira está longe do ideal. “Fora daqui [do Brasil] você até acha peças legais…não são lindas, ainda tem muita coisa cafona, mas ainda assim, é melhor do que no Brasil” e, por isso, a nova marca é a luz no fim do túnel para mudar as tendências. A pesquisa continuará sendo realizada, possivelmente até o fim do mês de maio. Depois disso, é hora de entrar em ação. Se você quiser fazer parte da pesquisa e responder o questionário, clique aqui.


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Pesquisa pelo real manequim das mulheres no Brasil "está sendo emocionante", afirma idealizadora

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